Por Cristiane Agostine e Camilla Veras Mota - Valor Econômico
SÃO PAULO - Em meio aos protestos contra o texto do pacote anticorrupção aprovado pela Câmara, o presidente Michel Temer afirmou ontem que é "natural" o embate entre o Congresso e juízes e investigadores. Ao falar para uma plateia de investidores, Temer repetiu o discurso que fez em sua posse há seis meses, ao dizer que é preciso "pacificar o país", e reconheceu que a instabilidade política tem afetado a economia, com impacto negativo sobre os índices de confiança para investimentos no país. O presidente afirmou ainda que o Executivo o Legislativo precisam levar em conta a opinião pública.
Temer evitou falar diretamente sobre a disputa entre parlamentares e investigadores em torno do projeto com 10 medidas contra a corrupção, elaborado pelo Ministério Público Federal e modificado pelos deputados. No entanto, citou que a crise política fez com que caísse a confiança no país. "Neste último mês a confiança caiu um pouco, em face de vários incidentes até de natureza política. As questões sobre a chamada anistia em um determinado momento, agora a questão a responsabilidade de juízes, promotores, têm criado um natural embate em alguns setores governamentais e têm criado embates na própria opinião pública", disse ontem, em evento promovido pelo banco JP Morgan. "Então esses fatos e outros criaram uma certa instabilidade e o investidor, com certa razão, fica com o pé para trás, esperando para verificar quais são os acontecimentos".
Ao dizer que é preciso pacificar o país, o presidente afirmou que "não podemos permanentemente viver em atrito".
Temer disse que enviará a proposta de reforma da Previdência Social ao Congresso na próxima semana e que em seguida o governo modificará também a legislação trabalhista.
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