Por Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro | Valor Econômico
BRASÍLIA - O "novo" DEM, com a filiação de deputados federais para ampliar a bancada e a remodelagem do programa partidário, será lançado numa convenção nacional no dia 14 de dezembro, em Brasília, poucos dias após a convenção nacional do PSDB ungir o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como presidente da sigla e provável presidenciável.
A decisão ocorreu em reunião ontem da direção do partido junto com dissidentes do PSB que pretendem entrar na nova sigla. Está certa a filiação de pelo menos oito deputados federais que são ou eram do PSB, partido que rompeu com o governo por não concordar com as reformas trabalhista e previdenciária, além de defender o afastamento do presidente Michel Temer por causa das denúncias criminais.
Além dos pessebistas, o DEM espera filiar outros sete deputados de outras legendas, como PMDB e PSDB, e chegar próximo dos 45 parlamentares federais, número que o aproximaria de PSDB e PP. O presidente da comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Rodrigo Pacheco (MG), é um dos que pode trocar de sigla para disputar o governo de Minas Gerais.
Com o crescimento, a bancada espera ganhar mais peso no Congresso Nacional e fortalecer o plano do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de se reeleger para o comando da Casa em 2019. A ideia é também ganhar mais capilaridade no país e influir na eleição presidencial.
Para concretizar esse plano, a direção do DEM decidiu ontem destituir todos os diretórios do partido em todo o país, do comando nacional aos municipais. Isso permitirá que os novos deputados assumam o controle da legenda em seus Estados e montem os diretórios nas cidades de acordo com a nova composição de forças. Parte dos dirigentes resistem e é provável que desse movimento saiam filiados.
Apesar da repaginação do partido, a presidência nacional do DEM deve continuar com o senador José Agripino Maia (RN), 72 anos, há sete no comando da sigla e denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina relacionada a obra da Arena das Dunas, estádio de Natal que recebeu jogos da Copa do Mundo em 2014, o que ele nega.
Segundo o líder da bancada na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), ainda não está certo se haverá mudança no nome do partido, como cogitado ao longo das discussões com os dissidentes do PSB. Esse assunto ficará para a convenção extraordinária dia 14.
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