- Revista Época
O economista Persio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central, disse que a maior derrota do Plano Real foi perder a batalha da reforma da Previdência. Se aprovada, ela teria mudado drasticamente a história econômica do país. Já como um programa de estabilização inflacionária, avaliou que foi foi extraordinariamente bem-sucedido.
Depois de 25 anos, como o senhor enxerga o Plano Real?
Como um programa estritamente de estabilização inflacionária, o Plano Real foi extraordinariamente bem-sucedido. Mas nós sabíamos que só seria possível sustentar a inflação baixa com reformas modernizantes. Nosso objetivo era colocar o país numa rota de crescimento elevada. A troca monetária era apenas o começo, e não o fim do processo. Depois que FHC foi eleito, empreendemos um amplo programa de reformas: quebra dos monopólios estatais, privatização de companhias e bancos estaduais, abertura da economia e do setor financeiro, criação das agências reguladoras, tripé macroeconômico com superávit fiscal. As bases do Brasil moderno de hoje foram montadas naquela época. Daí veio o PT, Lula e Dilma, que trataram de desfigurar as reformas, e acabamos com o superávit primário.
Qual foi o maior erro cometido naquela época?
Perdemos a batalha da Previdência por um único voto. Se tivéssemos aprovado a reforma da Previdência naquele momento, teríamos mudado drasticamente a história econômica do país.
Faz sentido o país continuar com meta de inflação?
Faz sim. Na verdade, sempre há uma preocupação com o desemprego no sistema de metas, até porque a regra básica é baixar os juros sempre que a economia estiver com capacidade ociosa. O que não faz sentido é ter meta de crescimento para o Banco Central porque não é criando reservas bancárias que o Brasil vai crescer mais ou menos no longo prazo.
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