- Folha de S. Paulo
Partido do presidente traz dor de cabeça ao Planalto, com atraso na Previdência e esquema de laranjas
Nos seis meses de governo que Jair Bolsonaro completa na segunda (1º), entre (poucos) altos e (muito) baixos, o presidente arrastou um grilhão chamado PSL. De partideco a uma das maiores bancadas da Câmara, a legenda tornou-se um amálgama de inexperiência política com ativismo digital, excesso de ideologia, deslizes éticos e práticas supostamente ilegais.
Não à toa, surgiram nestes 180 dias especulações sobre uma possível troca de partido do clã bolsonarista, boatos logo afastados e atribuídos a chuvas de fake news —intempérie agregada ao mapa climático do Planalto Central desde janeiro.
A mais recente evidência do descolamento da sigla das orientações governistas é o nó criado pelo PSL para o avanço da reforma da Previdência —embora haja outros tantos entraves na tramitação da PEC. A insistência de pesselistas em beneficiar categorias profissionais ligadas à segurança pública, garantindo regras mais brandas para policiais federais, rodoviários, civis, agentes penitenciários e do Legislativo, irritou o centrão.
O agrupamento ameaça atrasar o cronograma da nova Previdência, empurrando as votações na Câmara para agosto, se a sigla de Bolsonaro não recuar na intenção.
À barata-voa intramuros partidário e à desarticulação com o Palácio do Planalto sobrepõe-se algo maior. O PSL está a caminho de perder seu segundo ministro no caso das candidaturas de laranjas nas eleições de 2018. O escândalo foi estopim da demissão de Gustavo Bebianno, auxiliar palaciano que fora presidente da agremiação na época da campanha.
Nesta semana, assessores de Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) foram presos pela Polícia Federal na investigação do esquema em Minas, aumentando a pressão pela saída do ministro. Ainda há o braço pernambucano do laranjal, que afeta diretamente o atual comandante da legenda, deputado Luciano Bivar. O partido acusa a PF de apuração seletiva.
A PF, de Sergio Moro (Justiça) e do correligionário Jair Bolsonaro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário