• Datafolha expõe as dificuldades da presidente no maior colégio eleitoral do país, que reúne 22,4% do eleitorado
• Pessimistas, paulistas têm vergonha da Copa e seguiriam mais Joaquim Barbosa do que Lula na hora de votar
Ricardo Mendonça – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Se a eleição presidencial fosse só entre os 31,8 milhões de eleitores de São Paulo, tanto Aécio Neves (PSDB) quanto Eduardo Campos (PSB) venceriam a presidente Dilma Rousseff num eventual segundo turno. E com folga. Com o tucano, o resultado seria 46% a 34%. Com o ex-governador de Pernambuco, 43% a 34%.
Realizada com um número maior de entrevistas no Estado, o Datafolha de 3 a 5 de junho dá dimensão do tamanho das dificuldades de Dilma no maior colégio eleitoral do Brasil, com 22,4% dos votantes.
Dá dimensão também do contraste entre o comportamento dos paulistas e o de eleitores dos outros 25 Estados mais o Distrito Federal.
Em São Paulo, a rejeição a Dilma chega a 46%. Em todas as outras regiões é de 32%.
Em São Paulo, só 23% aprovam o atual governo. Em todas as outras regiões, 36%.
Em São Paulo, os eleitores são mais pessimistas que os demais brasileiros em todas as questões econômicas. Entre eles, 69% acham que a inflação vai subir, 52% temem aumento do desemprego, 48% entendem que o poder de compra irá diminuir.
A maioria dos paulistas (54%) também sente mais vergonha que orgulho pela organização da Copa no Brasil.
A dificuldade de Dilma no Estado fica evidente desde o primeiro turno. Nessa simulação, Aécio aparece tecnicamente empatado com a petista na liderança: 23% para ela, 20% para ele.
Como a margem de erro é de dois pontos, cinco nomes aparecem embolados na terceira posição. Campos tem 6%, seguido de perto por dois pré-candidatos evangélicos, o Pastor Everaldo Pereira (PSC), com 4%, e o senador Magno Malta (PR-ES), com 3%. O pré-candidato do PSTU, José Maria, marca 2%.
Outra particularidade: no Estado, o voto do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, é mais influente que o do ex-presidente Lula --29% votariam "com certeza" em alguém apoiado pelo magistrado, enquanto 24% fariam assim com a indicação do petista.
A orfandade eleitoral também é maior em São Paulo. No país, 30% do eleitorado não tem candidato, recorde desde 1989 para esse período. Em São Paulo, a soma de brancos, nulos e indecisos é ainda maior: 37%.
Para chegar a esses resultados, o Datafolha ouviu 4.337 pessoas no Brasil, 2.029 delas em São Paulo. Na tabulação dos dados nacionais, as informações sobre o Estado são desproporcionados. É o recurso matemático necessário para evitar que as opiniões dos paulistas fiquem sobrerrepresentadas nos relatórios finais da pesquisa nacional.
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