• Questionado sobre crítica do pernambucano, mineiro alega não ter tempo para indelicadezas
Luciana Nunes Leal - O Estado de S. Paulo
Pré-candidato do PSDB à Presidência de República, o senador e ex-governador mineiro Aécio Neves, disse nesta segunda-feira, 9, que não vai “perder tempo com indelicadezas”, ao ser questionado sobre uma crítica que teria sido feita a ele por Eduardo Campos, pré-candidato do PSB. Aécio instigou Campos, ao afirmar que no governo de Pernambuco ele se inspirou em medidas adotadas pela gestão tucana em Minas Gerais.
Em entrevista ao programa Supermanhã, da Rádio Jornal, de Pernambuco, Aécio foi questionado pelo comunicador Geraldo Freire sobre declaração de Campos - que teria sido feita em um jantar com amigos - de que gosta de trabalhar, insinuando que o senador tucano não gosta. “A sua relação com Eduardo tem azedado com o passar dos tempos?”, perguntou o radialista.
“Tenho ouvido algumas críticas do Eduardo. Da minha parte não mudou nada. As pesquisas eleitorais ou a candidatura presidencial não alteram meus valores e minhas amizades. Continuo tendo respeito pessoal e político pelo governador Eduardo Campos”, afirmou Aécio. “Não vou perder tempo com indelicadezas, tenho respeito pelo Eduardo.”
O apresentador perguntou quem fez o melhor governo, se Aécio em Minas ou Campos em Pernambuco. O senador citou a meritocracia e o sistema de avaliação de servidores que implementou em seu Estado. Medida semelhante foi levada por Campos para Pernambuco.
“Não dá para fazer comparações. Tenho orgulho de ver que Eduardo, em Pernambuco, se inspirou em algumas de nossas medidas em Minas Gerais e até aprimorou várias delas. Governar é buscar boas experiências e aprimorá-las. Em Minas, hoje, 100% dos servidores são avaliados por seu desempenho e recebem uma remuneração a mais se alcançam algumas metas, o que ocorre em algumas áreas de governo em Pernambuco ”, respondeu o pré-candidato do PSDB.
Na pré-campanha, Campos tem citado o sistema de remuneração variável, paga de acordo com cumprimento de metas, que adotou no Estado.
Aécio se disse “adversário histórico do PT” e insistiu na polarização entre petistas e tucanos na disputa presidencial, o que deixa a candidatura de Campos em segundo plano. “Quem se dispõe a enfrentar o que nós enfrentamos - eu, pessoalmente, estou enfrentando como adversário histórico do PT - sabe que teremos dificuldades. Não podemos dispersar energias com coisas que não têm a menor importância.”
Questionado sobre a disputa pelo governo pernambucano, Aécio disse que será mantido o apoio do PSDB ao PSB, apesar de a sigla de Campos ter rompido com os tucanos e optado por candidatura própria em Minas.
Em Pernambuco, os tucanos prometem apoiar o ex-secretário de Fazenda Paulo Câmara (PSB) para governador. Para o PSDB-PE, a aliança ajudará a eleger mais deputados tucanos. “Não tenho motivo para mudar meus compromissos, minha palavra foi dada”, disse Aécio, que falou à rádio por telefone, da maternidade onde nasceram, na noite de sábado, seus filhos gêmeos Julia e Bernardo - eles nasceram prematuros e permaneciam internados.
Aposentados. O tucano também prometeu, se eleito, criar um novo critério para reajuste dos aposentados que leve em conta o aumento do preço dos remédios. Aécio disse que “mais quatro anos do governo do PT será dramático para o Brasil”.
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