• Corte de ministérios é economia pequena, mas sinalizaria aperto de cinto
Simone Iglesias - O Globo
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff fará a reforma administrativa em meio a uma tempestade. Aconselhada desde a eleição a reduzir o tamanho da máquina, limando ministérios, deu de ombros. Podia ter virado a página há meses e, agora, escolhe um momento crítico para negociar trocas de comando e redução de pastas.
A manutenção de 39 ministérios se sobrepôs por sete meses à racionalidade de enxugar gastos. Mesmo com apenas R$ 200 milhões estimados de economia, um governo só pode acenar com aumento da carga tributária se der um sinal de que está apertando o cinto. Só em agosto Dilma cedeu e anunciou uma reforma, mas sem dar números, detalhes e negociar com os aliados. Até a última sexta- feira, no entanto, não havia conversado com nenhum dirigente partidário sobre o assunto.
Desde então, cometeu nova série de atropelos. Deu à ministra Kátia Abreu ( Agricultura) a missão de negociar com o PMDB a redução de ministérios. Diante da reação geral, ontem chamou Temer esperando que o vice sugerisse quais ministros peemedebistas iriam para a degola. Temer negou- se a assumir o papel de carrasco do próprio partido e retrucou, dizendo que abria mão de qualquer indicação. Às pressas, a presidente convocou reuniões com Renan Calheiros; com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira; e pediu para seus ministros receberem dezenas de deputados aliados.
Uma corrida de 100 metros com chance de morrer na praia.
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