• Integrantes da cúpula do partido se reuniram para discutir estratégia de negociação de cargos na Esplanada dos Ministérios
Adriano Ceolin e Vera Rosa - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A cúpula do PMDB reuniu-se nesta segunda-feira (21) para afinar sua estratégia de negociação para a reforma administrativa proposta pela presidente Dilma Rousseff. O partido cobra uma definição mais clara do governo sobre o corte e a fusão de ministérios e evita fazer pedidos de cargos.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), foi anfitrião do encontro que contou com as presenças do vice-presidente Michel Temer e dos ministros Eduardo Braga (Minas e Energia), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Kátia Abreu (Agricultura).
Da reunião, também participaram o ex-presidente da República José Sarney, os senadores Romero Jucá (RR), Edison Lobão (MA) e Renan Calheiros (AL), que é também o atual presidente da Casa. Todos reforçaram a conclusão de que a negociação sobre a reforma será feita pelo líderes das bancadas.
Governabilidade. O grupo demonstrou-se decepcionado com a falta de objetividade da presidente nas primeiras conversas sobre a reforma. Segundo Temer contou aos colegas, “Dilma foi vaga” sobre como deve ser o espaço do partido. Por isso, eles decidiram não fazer qualquer pedido ou sugestão sobre pastas por ora.
Líder da bancada no Senado, Eunício foi escalado para falar em nome do grupo. “Já fomos tachados de fisiológicos. Não queremos ficar falando de cargo”, disse. “O regime é presidencialista. É ela (Dilma) quem tem de mostrar o que quer para o Ministério. O governo tem de fazer sua governabilidade”, completou.
O PMDB já trabalha com a perda da pasta da Pesca, que voltaria a ficar vinculada ao Ministério da Agricultura. Se isso ocorrer, Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho (PA), deve perder sua cadeira. Os peemedebistas querem que ele seja reaproveitado com um cargo numa empresa estatal.
Além da Pesca, o PMDB também se prepara para perder a Secretaria de Portos, hoje sob o comando do ministro Edinho Araújo. É quase certo que a Secretaria de Aviação Civil, com Eliseu Padilha à frente, anexe a Secretaria de Portos. Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger já pediu para sair.
Para compensar essas perdas, os peemedebistas esperam ficar com um ministério de grande porte. O maior desejo é reassumir a pasta da Saúde, que o partido comandou durante a maior parte dos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
O PMDB também trabalha para que a pasta do Turismo, hoje nas mãos do ex-deputado Henrique Eduardo Alves, não seja anexada a outro ministério. Um congressista influente do partido disse acreditar que Antonio Monteiro Neto deve deixar o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
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