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Entre a Velha e a Nova Política
O candidato disposto a quebrar o sistema uma vez eleito como prometeu durante a campanha passada, o presidente da República que investe contra o establishment por não fazer parte dele, tem agora uma oportunidade de ouro para provar que fala a verdade.
O Congresso enviou para seu exame um projeto de lei que prevê anistia a multas aplicadas a partidos que não destinaram devidamente recursos para promover a participação feminina na política. Caberá a ele concordar ou não com o projeto.
Desde a sua criação em 1995, a Lei dos Partidos sofreu pelo menos 19 alterações, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Quer dizer: uma alteração a cada 14 meses. E todas para beneficiar os próprios partidos em falta com suas obrigações.
Pelo menos 9 projetos de lei foram apresentados para anistiar multas de candidatos e de partidos. Somente um foi aprovado. Bolsonaro terá de decidir até a próxima sexta-feira se veta ou se sanciona o mais recente – algo como R$ 70 milhões.
Manda a lei que os partidos destinassem o mínimo de 5% das verbas do Fundo Partidário para promover participação das mulheres na política. A maioria deles desobedeceu a lei. Se Bolsonaro negar a anistia, o Congresso poderá derrubar seu veto.
Em teste, a coragem de Bolsonaro para contrariar os partidos no momento em que mais precisa de votos para aprovar a reforma da Previdência e a Medida Provisória 870 que extinguiu, fundiu ministérios e deu uma nova configuração administrativa ao governo.
Se ele sancionar o projeto de lei será o primeiro presidente da República desde 1995 a autorizar uma anistia para multas devidas pelos partidos. Espera-se que vete, quando nada para sustentar a história de que existe uma Nova Política em contraposição à Velha.
Deixem Damares em paz!
Diversão garantida
À falta de melhor diversão, as redes sociais ocuparam-se durante o fim de semana com a descoberta de um novo vídeo onde a ministra Damares Regina Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, à época esforçada pastora evangélica, acusa a rainha Elsa, do filme “Frozen”, de ser lésbica, e um risco para as crianças.
“Frozen”, de 2013, foi um dos desenhos animados de maior sucesso da Disney. O mundo LGBT enxergou em Elsa um conflito interior supostamente semelhante ao que vivem os homossexuais, e por isso a aclamou. De fato, a Disney cogita de no próximo filme da série conferir a Elsa o status declarado de homossexual.
Daí a reação estridente de Damares, como pode ser conferido no vídeo abaixo. Mas é preciso entendê-la. Damares funciona no governo como uma animadora de auditório. Diverte a plateia nos intervalos do programa quando o apresentador chama os comerciais. É justo reconhecer que cumpre bem seu papel.
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