sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O garganta profunda - Roberto Freire


A reportagem de capa da última edição da revista Veja acrescentou o personagem que faltava à trama de corrupção que fez história na República brasileira: nomeou o chefe do esquema do mensalão. Surpresa? Não; afinal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o seu principal beneficiário. Talvez tenha sido ele mesmo a capitanear os negócios, conforme afirmou Marcos Valério na matéria.

Lula já tentou se livrar do mensalão de muitas maneiras. Quando o escândalo estourou, deu uma entrevista esquisita em Paris, justificando que os recursos eram fruto de doações de caixa dois de campanha, como se isso não configurasse crime eleitoral. Depois, em pronunciamento à Nação, garantiu que fora traído pelos companheiros e que de nada sabia. Denunciado o caso pelo então procurador Antônio Fernando de Souza, tratou de dizer que era tudo uma farsa. Algo que nunca ocorrera na vida real. Invenção da imprensa. As versões, copiadas pelos réus do mensalão, não duraram um dia no Supremo Tribunal Federal.

De acordo com o que Valério disse a Veja, os avalistas dos empréstimos fajutos do Banco Rural ao PT não eram Delúbio Soares e José Genoino, como constava dos contratos, mas o próprio presidente da República de então. Se formos pensar bem, o raciocínio não é complicado. Que banqueiro iria emprestar uma montanha de dinheiro a duas agências de publicidade quebradas com as garantias de dois dirigentes partidários? Por outro lado, qual dono de instituição financeira negaria um pedido do presidente da República? Ainda mais um presidente tão generoso com o capital financeiro como foi Lula.

O desabafo de Valério parece ter calado fundo no PT e em suas principais estrelas. Tanto é assim que Lula não falou uma palavra a respeito. Delúbio e José Dirceu — aquele que disse na época em que estourou o mensalão que tudo o que ele fazia era de conhecimento de Lula — tampouco.

Entre as novidades secretas de Marcos Valério está a de que o tamanho do cofre era bem maior. Nele não estavamsó os R$ 129 milhões do Banco Rural e do Visanet, mas R$ 350 milhões. Dinheiro que Lula se empenhou pessoalmente para angariar, garante o publicitário.

Nós, da oposição, diante das informações novas trazidas à tona pelo empresário mineiro, decidimos pedir nova investigação assim que o julgamento no STF terminar. Não queremos dar brecha a chicanas jurídicas que possam atrapalhar o andamento dos trabalhos da corte suprema. Por isso a cautela de esperar.

Outra providência que eu e os presidentes do PSDB, Sérgio Guerra, e do DEM, José Agripino Maia decidimos tomar foi pedir que a revista Veja torne públicos os elementos que sustentam a matéria “Os segredos de Marcos Valério”, já que os fatos relatados na matéria são da maior gravidade e de interesse do país.

Já que a garganta profunda se abriu, é hora de acabar de desnudar o maior escândalo de corrupção da nossa República. Como o informante dos repórteres do jornal Washington Post no casoWatergate, quem sabe Marcos Valério, depois de muitos crimes, não preste um serviço ao país?

Roberto Freire, deputado federal e presidente do PPS

FONTE: BRASIL ECONÔMICO

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado,
um amigo me apresentou este artigo como coisa séria; como contraponto aos artigos que lhe envio sobre o crescimento e desenvolvimento que desfrutamos - de fato - em nosso país nestes últimos 10 anos!!

contudo, encontrei apenas suposições recheadas de ilações (aliás da citada "fonte" não se espera mais nada mesmo além disso), lamentavelmente!

por gentileza, se o prezado possuir algo consistente à respeito desta "matéria" comunique-me!

Márccio Campos
rio de janeiro

PS - considere como consistente provas concretas e fatos; e não o "detrito sólido de mará baixa" comumente expelido pelo PiG - partido da imprensa GOLPISTA!
if you know what I mean!