Em carta aberta,
presidentes de seis siglas defendem ex-presidente
Maria Lima
BRASÍLIA - Cinco
partidos da base, articulados pelo presidente do PT, Rui Falcão, divulgaram
ontem uma carta "à sociedade brasileira" em defesa do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. A carta assinada pelos presidentes de PT, PSB, PMDB,
PCdoB, PDT e PRB, é um repúdio aos dirigentes de PSDB, DEM e PPS "que, em
nota, tentaram comprometer a honra e a dignidade" do ex-presidente,
afirmaram.
Sem a assinatura de
dirigentes de PR, PTB e PP, também da base, os dirigentes governistas,
inclusive o governador Eduardo Campos, do PSB, falam em golpe e acusam a
oposição de pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF)na votação do mensalão.
E concluem dizendo que o povo vai rejeitar mais uma vez essa
"mesquinharia".
Acusações seriam
"invencionices"
Até agora, Lula, que
se dirigia ontem para o México enquanto a carta era divulgada, tem se calado
sobre o assunto, que vem provocando uma guerra de notas entre oposição e
governo. A carta conjunta diz que a oposição, valendo-se de "fantasiosa
matéria veiculada pela revista "Veja", pretende transformar em
verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem
identificação".
Semana passada, a
Executiva Nacional do PT divulgou carta conclamando militantes, simpatizantes,
parlamentares e governantes a fazerem uma mobilização "do tamanho do
Brasil" para defender "o legado" de Lula.
"Quando
pressionam a mais alta Corte do país, o STF, estão preocupados em fazer da ação
penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as
conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula. A mesquinharia será, mais
uma vez, rejeitada pelo povo", diz o texto subscrito pelos governistas.
Falcão encabeça as
assinaturas, seguido por Eduardo Campos, Valdir Raupp (PMDB) , Renato Rabelo
(PCdoB), Carlos Lupi ( PDT) e Marcos Pereira (PRB). Eles dizem que "forças
conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em recorrer
a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova".
Comparação com golpe
de 1964
"O gesto é fruto
do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado
brasileiro. Impotentes, tentam fazer política à margem do processo eleitoral,
base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear
sempre que seus interesses são contrariados", afirmam na carta.
Os signatários
comparam a atual situação à crise política de 1954, quando, dizem, inventaram
um "mar de lama" para afastar Getulio Vargas, que acabou se matando.
E a 1964, quando João Goulart (Jango) foi deposto,
"Assim foi em
1964, quando derrubaram Jango para levar o país a 21 anos de ditadura. O que
querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que
colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda,
incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou
inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses
externos".
FONTE: O GLOBO
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