Declaração contraria Eduardo Campos, que almeja Presidência e quer distância do PMDB de Cabral
Juliana Castro
O presidente do PSB no Rio e prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, reagiu à alternativa da direção nacional de lançar a candidatura do ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão ao governo do estado. Cardoso disse que nunca teve conhecimento da indicação do nome do ex-ministro e que o governador de Pernambuco e presidente do partido, Eduardo Campos, jamais procurou a legenda no Rio para discutir sua candidatura à Presidência da República nem a situação do PSB no estado para 2014.
Em reunião na noite de segunda-feira com os representantes dos seis maiores colégios eleitorais, Campos descartou qualquer aliança com o PMDB do Rio, que deseja lançar o vice-governador Luiz Fernando Pezão à sucessão do Palácio Guanabara. Para que Campos tenha um palanque no estado, uma possibilidade cogitada foi o lançamento da candidatura de Temporão.
Cardoso criticou a opção e ainda declarou apoio à presidente Dilma Rousseff e a Pezão, apoiado pelo governador Sérgio Cabral.
- Acho que o Pezão é o melhor para o Rio e acho que Dilma é a melhor candidata à Presidência da República - afirmou Cardoso, que não foi à reunião com Campos e enviou como representante o secretário-geral do partido no Rio, Marcos Vilaça. - Um quadro do partido já me disse que o Temporão não se elege vereador - completou.
Ex-secretário de Ciência e Tecnologia na gestão Cabral, Cardoso disse que os cinco deputados estaduais do PSB e cinco dos oito prefeitos com quem conversou apoiam Pezão. O PSB continua ocupando a Secretaria de Ciência e Tecnologia e ainda preside outros dois órgãos estaduais: a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
- Não se constrói um partido com posições que não são as mais éticas. Não se pode fazer parte do governo estadual durante sete anos e do governo federal durante nove anos e agora dizer que está tudo errado - declarou Cardoso.
Temporão afirmou que não houve um encontro oficial para falar da possibilidade de ser lançado à disputa pelo governo do Rio, mas que vai conversar com Campos nos próximos dias:
- Fiquei satisfeito e honrado com a lembrança do meu nome. Agora, tem que conversar. Não tem nada de concreto.
Campos também cogitou uma frente com PDT e PSOL no Rio, para enfrentar PMDB e PT. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) não descarta uma aliança com o PSB, mas disse que, no momento, está realizando encontros com delegados do PDT para se lançar candidato ao governo do Rio.
- Como pré-candidato, eu não posso discutir alianças com o PSB. Neste momento, meu debate é com os delegados e com a direção do meu partido - disse Miro.
O deputado Chico Alencar , do PSOL, ironizou a disposição de Eduardo Campos de se apartar do PMDB de Cabral no momento de baixa do governador.
- Estão querendo se livrar agora do Cabral? - disse Chico, destacando as ligações do PSB com o partido do governador.
Sobre a participação do PSOL numa frente anti-PMDB, demonstrou cautela:
- Parcerias pressupõem histórico e não interesses eleitorais ocasionais. Mas temos um programa mínimo para o Rio que está colocado para discussão com outros partidos.
Campos também enfrenta a resistência de seu partido no Ceará, onde o governador Cid Gomes defendeu apoio a Dilma.
Fonte: O Globo
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