Por Estevão Taiar – Valor Econômico
SÃO PAULO - Em 2 de outubro, dia do primeiro turno das eleições, eleitores de quase metade das cidades do Brasil terão apenas duas opções para escolherem quem comandará o seu município, apesar de existirem 35 partidos na disputa deste ano. A chance de enfrentar essa situação é ainda maior se o eleitor for habitante de uma cidade pequena.
É mais provável que esse candidato seja do PMDB do que de qualquer outro partido. Essas são algumas das conclusões de três estudos da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgados ontem e baseados em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nestas eleições, 2.620 municípios, ou 47,1% das cidades brasileiras, terão apenas dois candidatos a prefeito. Apesar de serem quase metade dos 5.572 municípios brasileiros, essas cidades abrigam apenas 23,3 milhões de eleitores ou 30,4 milhões de pessoas, o que equivale a 15% da população nacional. Em média, as cidades com apenas dois candidatos têm 8.893 eleitores.
O PMDB, sigla a que pertence o presidente interino Michel Temer, estará presente em 850, ou 32%, dos duelos restritos a dois candidatos. Em segundo lugar, vem o PDT, que se encontra nessa situação em 312, ou 12%, dos casos. Além disso, o PMDB participa das cinco disputas mais comuns entre dois partidos.
O PT, por sua vez, terá somente um adversário em apenas 26 casos. Já o Rede Sustentabilidade, o Solidariedade e o Partido Novo, todos disputando a eleição municipal pela primeira vez, não estão em nenhuma situação do tipo.
Em termos regionais, é no Nordeste em que mais se encontra a disputa entre dois candidatos. Das 2.620 cidades nesse tipo de situação, 908, ou 34,7% dos municípios da região, são nordestinas.
O destaque fica para a Paraíba, onde 147 cidades (66% dos municípios do Estado) têm apenas duas opções para a prefeitura. Em outros seis Estados, essas disputas polarizadas também estão presentes em mais da metade dos municípios. São eles: os três da Região Sul, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.
Por outro lado, o Norte concentra só 127 (4,8%) das cidades que serão disputadas por apenas dois candidatos. Roraima tem um único caso do tipo. Já o Amapá tem duas cidades que se encaixam nesse tipo de situação.
No meio da tabela, estão o Sul (26,1%), Sudeste (25,8%) e Centro-Oeste (8,6%).
Outro destaque dos estudos da CNM são os 97 candidatos únicos em suas cidades. Para ser eleito nesses municípios, o postulante só precisa que a candidatura seja aprovada pela Justiça e conquistar um único voto. "É quase uma homologação", diz João Fernando Lopes de Carvalho, advogado especialista em Direito Eleitoral. Essa situação acontece neste ano em 13 Estados. Só no Rio Grande do Sul, são 32 casos do tipo. Em seguida, vêm São Paulo (17), Minas Gerais (16), Paraná (14), Santa Catarina (5), Goiás (4), Mato Grosso e Paraíba (2), e Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio Grande do Norte e Tocantins (1).
Novamente, o PMDB se destaca. O partido de Temer e o PP têm cada um 19 candidatos nessa situação, seguidos por PSDB (14), PSB (10), PDT e PSD (7), DEM, PR e PV (4), PTB e PPS (3), PT, PRB e PEN (1). Além disso, de todos esses 97 candidatos únicos, apenas sete são mulheres. Em 2012, o número de candidatos únicos chegou a 117.
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