segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Dissidentes do PDT farão novo apelo para que Lupi deixe cargo

Situação de ministro se agrava com acusação de que ele foi servidor-fantasma da Câmara

BRASÍLIA - Parlamentares do PDT vão fazer um novo apelo esta semana para que o ministro Carlos Lupi (Trabalho) peça demissão do cargo antes que seja forçado a sair pela presidente Dilma Rousseff.

A situação do ministro se agravou neste final de semana após a Folha revelar que ele foi funcionário-fantasma por cerca de seis anos na Câmara dos Deputados.

Lupi recebeu entre 2000 e 2006 o maior salário pago a um assessor técnico na liderança do PDT na Câmara enquanto cumpria apenas atividades partidárias e morava no Rio de Janeiro. Isso contraria as normas da Casa.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que Lupi precisa tomar a iniciativa de se afastar do governo. "Antes que ele seja demitido, é melhor que peça para sair."

O deputado Reguffe (DF) criticou o apego do ministro ao posto. "A política está muito calcada em cargos no governo. O PDT deveria adotar uma postura de independência, sem cargos", disse.

O senador Pedro Taques (MT) afirmou que Lupi deve satisfações sobre sua passagem pela Câmara. "Acho que ele tem que dar esclarecimentos ainda hoje. Estou aguardando. Quero ouvi-lo."

O ministro não deu declarações no fim de semana. Procurados pela Folha, nem ele nem o PDT ligaram de volta.

Para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), Lupi é vítima de campanha. "A situação dele não piora nem melhora."

A oposição também cobrou a saída do ministro.

Nesta semana, vai tentar ouvir Ezequiel Nascimento, ex-secretário do Ministério do Trabalho, sobre a viagem que o ministro fez ao Maranhão no ano passado em um avião disponibilizado por um empresário que tem contratos com a pasta.

Ezequiel disse à reportagem que hoje irá conversar com advogados para decidir se aceita ou não o convite para comentar o caso.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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