“Não parece ser fácil, nos dias que correm, exercer oposição no Brasil. O ex-PFL morre à míngua e o PSDB ocupa-se, tempo integral, de suas fraturas internas. A não ser que aceitemos a proposição de que as dificuldades da oposição são o simétrico oposto das virtudes do governo, há algo a examinar. Áulicos empedernidos, por certo, sempre podem brandir tanto a certeza genérica de que a excelência do governo é mortal para a oposição quanto a certeza específica de que é esse o caso em questão. Afinal, um país em marcha batida para seu aperfeiçoamento infrene e para a consolidação de sua excelência política e institucional, no fundo, dispensaria a própria operação da oposição.”
Renato Lessa é professor titular de teoria política da Universidade Federal Fluminense, investigador associado do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. O vazio da oposição. Aliás / O Estado de S. Paulo, 27/11/2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário