• Em sabatina do G1, candidato defende casamento gay e condena liberação da maconha
Germano Oliveira – O Globo
SÃO PAULO- O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, disse ontem, em sabatina promovida pelo site G1, ser a favor de um imposto para as grandes fortunas e contra a revisão da Lei da Anistia. Também defendeu o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas criticou as propostas de liberalização da maconha e descriminalização do aborto. Para ele, a legislação atual, que prevê essa prática em casos de estupro e de risco para a mãe, já é suficiente. Essas questões fizeram parte do "pinga-fogo" a que os jornalistas do G1 o submeteram no último bloco de sabatina, na série de debates com os candidatos a presidente da República, pedindo que ele respondesse sim ou não a essas questões. Ele disse ainda que é contra a privatização de estatais e contra o foro privilegiado para políticos, mas afirmou que é pela obrigatoriedade do voto e contra a união das polícias Civil e Militar . Também disse ser contra o ensino religioso nas escolas públicas, por entender que religião tem que ser aprendida nas igrejas.
Durante 45 minutos de sabatina, Campos insistiu em mudanças na economia, com mais crescimento e inflação menor. — Felipão fez o 7 a 1 no campo e Dilma fez o 7 a 1 na economia, com 7% de inflação e 1% de crescimento. Isso precisa mudar , com a inflação voltando ao centro da meta, em 4,5%, para depois chegar aos 3%, que é uma inflação que outros países da região, como Chile e Colômbia, já tem — disse Campos. Para o candidato, PSDB e PT já estiveram no poder nos últimos anos e fizeram o que podiam fazer , mas hoje "não compreendem o país que ajudaram a mudar , e, por isso, nos apresentamos para implantar uma nova pauta", disse. Perguntado sobre qual era a política para desenvolvimento do Nordeste, Campos defendeu o Bolsa Família: — O Nordeste tem 28% da população, 13% do PIB brasileiro, mas tem 50% dos pobres deste país. Por isso, o Brasil precisa voltar a crescer para podermos melhorar as condições de vida dessa população.
A política do Bolsa Família é uma conquista, mas não vamos resolver a situação do Nordeste apenas com esse programa. Temos que melhorar a educação para a região — afirmou. O candidato defendeu a criação de um fundo nacional para o financiamento do passe livre para estudantes das escolas públicas. Ele afirmou que, se eleito, criará um fundo com participação do Tesouro e com pelo menos 10% de contrapartida dos estados e municípios. Campos explicou novamente que não "mudou de lado ", ao ter apoiado o governo do PT de Lula e Dilma e, agora, se colocar como oposição. — Eu não mudei de lado . Sempre fiquei do lado do campo democrático e progressista. Sempre fui eleito pelo mesmo partido. Na vida, às vezes, temos que tomar atitude de coragem. É que o país vinha mudando e parou de mudar no governo da presidente Dilma — disse o candidato.
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