Por Ricardo Mendonça | Valor Econômico
SÃO PAULO - Presidente nacional do PPS, o deputado federal Roberto Freire (SP) disse ontem, em entrevista ao Valor, que seu partido está "aberto" para conversar sobre filiação e uma eventual candidatura do apresentador de TV Luciano Huck à Presidência em 2018. A declaração ocorreu poucas horas após Huck dizer em um evento em São Paulo que "neste momento" não é candidato a nada.
Freire disse que esteve com Huck dois meses atrás, mas que, na ocasião, o apresentador lhe disse que não seria candidato. O motivo do encontro, informou, foi promover uma aproximação do PPS ao grupo Agora!, um movimento liderado por Huck que afirma ter interesse em influenciar políticos. "A conversa era de como ajudar a melhorar a política."
O deputado disse que tem boa impressão do apresentador e já sabia de seu interesse pela política desde antes do encontro. "Ele sempre teve relação com o setor social-democrata, vem de família. Conheço a mãe dele (a arquiteta Marta Grostein), participou de alguns conselhos comigo, e também o padrasto (o economista Andrea Calabi). Então tem conhecimento político."
Segundo o deputado, a proximidade com o Agora! e Huck "é muito boa" para o PPS. "Partido é algo muito datado da sociedade industrial. Coisa do passado. É uma instituição que será substituída nessa sociedade digital. Na internet, nas redes. As formas de representação política serão diferentes. E esses movimentos que estão acontecendo nas redes representam o novo. Ainda não sei como se será. Mas é o que vem por aí. E como nós representamos que vai ficando por aí, acho encontro muito importante para nós."
O parlamentar afirmou que, no momento, "o mais importante é evitar alternativas da extrema direita e da extrema esquerda descompromissadas com a democracia; sejam aqueles que apoiam ditaduras bolivarianas, sejam aqueles que apoiam ditaduras, torturas e torturadores a lá brasileira".
Em palestra realizada ontem, Huck voltou a falar sobre política. "Neste momento da minha vida eu não sou candidato a nada", disse no evento Connect Samba. Apesar da negativa, ele reconheceu que vem conversando frequentemente com partidos e líderes políticos.
No palco, Huck mencionou duas vezes "contornos diferentes" que sua vida tomou nos últimos tempos. Explicou depois que se referia à divisão de seu tempo entre as gravações de programas de TV e as conversas sobre o cenário eleitoral. Segundo pesquisas, ele alcança 5% de intenções de voto.
"Eu estou próximo dos movimentos cívicos e esse vai ser o meu movimento pessoal ao longo desse próximo ano", disse. A intenção, segundo ele, é ajudar a identificar grupos que estão se articulando para tentar achar soluções. "Eu estou me ligando não a partidos, quero me ligar aos movimentos cívicos", insistiu. (com agências noticiosas)
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