Tem-se de admitir que esta geração política do Planeta é representada por lideranças paranóicas. Até fevereiro deste ano, a aventura de invadir a Ucrânia teria custado aos russos US$ 211 bilhões de suas reservas, de acordo com estimativas do Pentágono, já que a Rússia se recusa a tornar público este tipo de informação . Para os ucranianos, em fevereiro, os gastos aproximavam-se de US$ 320 bilhões. Mas eles receberam perto de US$ 100 bilhões de ajuda externa do mundo ao seu redor (Instituto Kiel da Economia Mundial). A Ucrânia mesmo teria investido em sua defesa entre US$ 150 a 200 bilhões.
No
Oriente Médio, a guerra de Israel contra o Hamas, já levou a perdas
físicas globais, projetadas para próximo de US$ 600 bilhões,
incluindo a Síria, o Irã, o Líbano e o Iêmen, que vinham abrigando as
guerrilhas revolucionárias do Hezbolah, do Hamas, dos Houtís, e outros grupos
radicais clandestinos . Tiveram bombardeados campos de petróleo, fábricas e
depósitos de armas. O Irã perdeu ainda unidades de geração de energia nuclear.
Mas, a salvação da região está ainda no óleo combustível cru extraído.
Esta,
contudo, não é ainda a guerra dos sonhos de Vladimir Putin - há 20 anos
tentando expandir-se para territórios dos vizinhos. Da mesma forma,
de Ali Kameini, Líder religioso Supremo do Irã que, sem muito sucesso, parece ter
pretendido contaminar hegemonicamente o Oriente Médio. O mesmo se pode dizer de
Kim Jong-un, da Coréia do Norte, que tem feito demonstrações de Poder para os
países que estão à sua volta. Não teve, entretanto, coragem de testar sua
capacidade militar com a Coréia do Sul e com o Japão. Nas primeiras tentativas
de entrar na briga contra a Ucrânia, Kim perdeu em batalha a maioria dos seus
homens e armamentos.
A
impressão que se tem é que os líderes das superpotências parecem estar se
aproveitando desses conflitos para treinar seus exércitos, assegurar prestígio
no cenário político internacional e fazer testes com artefatos militares de
última geração. Esta guerra está sendo travada, sobretudo, com foguetes de
longa distância e famílias de “drones" que, projetados no espaço, se
autodirigem, rastreaiam o inimigo, fotografam e lançam bombas. Apesar de voarem
solitários, sem pilotos, os drones contabilizam a morte de mais de um milhão de
combatentes e civis, conforme a OTAN- Organização do Atlântico
Norte.
Os
"senhores da guerra" tem dificuldade ainda de realizar seus
sonhos paranoicos de uma "guerra total", esforçando-se em
vão para atrair potencias ambíguas como a China e os Estados Unidos, bem como
todos os 49 países europeus para conflitos bélicos que eles inventaram. O
balanço das perdas físicas que essas guerras insanas estão provocando é
dramático: crianças, idosos e mulheres, fugindo, como refugiados,
desabrigados pelo mundo.
Essa
geração de líderes surgidos na década de 50 eram infantes
ou nem haviam nascidos quando ocorreu a Segunda Guerra Mundial, provocada
por Hitler na expectativa de expandir território alemão e Poder pessoal. A aventura
teria custado só para a Alemanha US$ 7,1 trilhões, para o Japão, 4,1 trilhões e
para a Itália, 2, 5 trilhões. Perdida a guerra os alemães tiveram de indenizar
países, vilas e pessoas , incluindo uma soma inicial de 20 bilhões de
dólares o que fez em máquinas, matrizes tecnólogicas e
fábricas. Morreram mais de 80 milhões de cidadãos. Até hoje os gregos
cobram dos alemães indenizações pelos danos. Os cientistas alemães foram
redistribuídos entre a Rússia e os Estados Unidos.
A
França estimou o montante de suas perdas a três vezes o PIB nacional. A Bélgica
e os Países Baixos sofreram danos em proporções semelhantes. A destruição
física alcançou 40% das 49 das maiores cidades alemãs e 39% das habitações familiares,
seguida de pilhagens retaliatórias de dimensões incalculáveis. As maiores
cidades europeias registraram danos urbanos entre 20% a 30 % incluindo
escolas, hospitais, universidades, os distritos comerciais centrais, e sistemas
de transportes foram interrompidos. Locomotivas, vagões, barcaças, ônibus
e até carros particulares foram confiscados. Pontes, estações ferroviários, aeroportos
sofreram danos graves. A agricultura em todos os países ocupados teve
destruídos milhões de hectares de terras de cultivo. Animais, fazendas,
máquinas agrícolas, fertilizantes e mão de obra
desapareceram. O abuso contra mulheres e crianças atingiu limites
impensáveis.
Na
Europa Oriental, a devastação foi ainda mais grave. A Polônia relatou que 30%
de seus edifícios foram destruídos, bem como 60% de suas escolas, instituições
científicas e instalações da administração pública; 30 a 35% de suas
propriedades agrícolas e 32% de suas minas, sistemas de energia e
indústrias foram danificados . A Iugoslávia teve destruídas 20,7% de suas
moradias . Nos campos de batalha a Ucrânia e Rússia passaram por uma a
destruição devastadora.
O
mundo não merece isso. Viver é um privilégio. Passa-me pela cabeça que, de uma
maneira geral, quem opta pela carreira política tem algum problema de adaptação
aos modelos sociais e de trabalho vigentes ou tem dupla personalidade. Poucos
resistiriam a testes psicológicos sérios. Recordo do meu amigo, Laerte Rimoli,
segundo o qual estamos diante de uma hegemônica “Marcha da
Insensatez". Não tivemos ainda ataques nucleares, mas já se fala em
mísseis` lançados contra usinas nucleares espalhadas pelos territórios. Nelas
se processa o urânio e produz-se o plutônio. Perguntas que não querem
calar: Depois dessas guerras, haverá algo a ser recuperado por um novo Plano
Marshall? Desta vez, com a inflação acusando picos e os correntistas
bancários batendo às portas dos bancos russos, será que o Kremlim concordaria
?!
*Jornalista e professor
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