"Sem trabalhar direito hoje, 2014 já era"; afirma senador; presidente do partido se diz "confiante" e cita metas para 2012
Rosa Costa
BRASÍLIA - A crise no tucanato teve novo capítulo virtual ontem. Um dia depois de gravar participação no programa estadual do PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) voltou a usar o Twitter para criticar a desorganização e a falta de agenda política de seu partido.
Aloysio torpedeou a expectativa dos tucanos de voltar a governar o País, ao afirmar no microblog que, se não reagir, a oposição não terá nenhuma chance na próxima disputa presidencial. Registrou também que, eleita em maio, a Executiva Nacional da legenda não se reuniu nenhuma vez até agora e ninguém sabe qual é a posição do PSDB sobre o Código Florestal, que deve ser aprovado este ano, ou ainda sobre as "lambanças" nos preparativos da Copa do Mundo e a reforma política.
Enquanto o senador Aécio Neves (PSDB-MG) anuncia, desde já, a intenção de disputar a Presidência em 2014, Aloysio mostra-se totalmente desanimado com o futuro do partido. "Dessa forma, sem trabalhar direito hoje, sem formular propostas, sem organizar o partido, sem uma oposição firme agora, 2014 já era", afirma. E deixa claro que continua em rota de colisão com a direção do PSDB no Estado. "A quantas anda a tão alardeada reorganização do partido, especialmente das seções estaduais praticamente dizimadas nas últimas eleições?", cobra o senador.
Reestruturação. Em São Paulo, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, reagiu às críticas. Em entrevista, concedida ao site da legenda, disse que o partido passa por "amplo" e "profundo" processo de reestruturação e renovação, e investe em um recadastramento nacional de filiados.
"O partido está trabalhando de forma confiante até o ponto de ter como meta a elevação do número de prefeitos. Nós sairemos das eleições de 2012 com cerca de mil prefeitos", afirmou. Em resposta a Aloysio, garantiu ainda que o PSDB já promoveu duas reuniões da Executiva Nacional desde as últimas eleições, em 2010, e deve realizar mais um encontro em novembro.
Aloysio não foi encontrado pelo Estado para falar de suas críticas no Twitter. Há cerca de um mês, protestou no microblog contra o que considerou ser "o alijamento" do ex-governador José Serra e dele próprio da propaganda política do partido. Ontem, lembrou que a presidente Dilma Rousseff "lavou as mãos" na disputa dos royalties do petróleo. "Aliás o que o PSDB pensa sobre o assunto?", cobrou.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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