Depois de receber a missão da presidente Dilma Rousseff de promover uma "faxina" no Ministério do Esporte, o novo ministro Aldo Rebelo sinalizou ontem que pretende convidar "gente do mercado" para postos-chave na estrutura da pasta. Ele disse que uma das dificuldades para isso é o salário oferecido, abaixo de R$ 12 mil. Aldo não descarta manter correligionários do PCdoB nos cargos mais importantes.
Aldo quer nomes do mercado para pasta e nega que dará preferência ao PC do B
Eugênia Lopes
BRASÍLIA - Depois de receber a missão da presidente Dilma Rousseff de promover uma "faxina" no Ministério do Esporte, o novo ministro Aldo Rebelo sinalizou ontem que pretende convidar "gente do mercado" para postos-chave na estrutura da pasta. São cinco os cargos considerados de primeira linha: secretaria executiva, chefia de gabinete e três secretarias (a de Esporte Educacional, a de Desenvolvimento de Esporte e Lazer e a de Alto Rendimento).
Uma das dificuldades apontadas pelo novo ministro para cooptar quadros na iniciativa privada é o salário oferecido pelo governo federal. "Para você trazer uma pessoa, precisa olhar o salário que ela vai ganhar. É natural que eu encontre (dificuldades em trazer pessoas para o Ministério). Você quer trazer alguém e o cara ganha não sei quanto no setor privado", disse ontem em entrevista ao Estado.
Segundo na hierarquia de qualquer ministério, o cargo de secretário executivo é considerado de "natureza especial" e tem um salário de R$ 11.431,88. Já os demais secretários têm cargo de Direção e Assessoramento Superior (DAS) de nível 6, cuja remuneração é de R$ 11.179,36. Um chefe de gabinete ganha R$ 8.988,00 (DAS5). Há ainda cargos de DAS de nível 4, com salário de R$ 6.843,76, que podem ser preenchidos livremente.
Conveniência. Ao comentar a saída de Orlando Silva da pasta, Aldo disse que não há demissão justa ou injusta e que a troca ministerial foi uma conveniência.
Ao mesmo tempo que procura quadros na iniciativa privada, o novo ministro não descarta a manutenção do PC do B em postos-chave. "Minha ideia é contar com pessoas que são do PC do B e pessoas que não são", afirmou. "O critério é a competência, a responsabilidade, a capacidade executiva. Meu principal critério não vai ser ou não ser do PC do B."
A dois dias da posse, Aldo conversou ontem com aliados, sem formalizar convites. "Tenho um monte de nomes. Mas não posso ligar para alguém para dizer que estou pensando no seu nome para tal cargo. Só posso ligar se for para convidar", observou. "São funções que dependem da disponibilidade das pessoas."
Nomeação
A posse do novo ministro do Esporte, deputado Aldo Rebelo (PcdoB), está marcada para a próxima segunda-feira, mas ele já foi nomeado oficialmente. O decreto de nomeação de Rebelo como ministro foi publicado no Diário Oficial da União de ontem.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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