sábado, 29 de outubro de 2011

As diferenças entre o PT e o PCB/PPS

Assessoria PPS

O PT surgiu em 1980 sob o regime militar (1964-1985). Já oPCB só conseguiu o seu registro em 1985, após o fim da ditadura. O PT estreiou nas eleições de 1982 com o slogan “vote 13, o resto é burguês”. Apresentava-se como o primeiro partido a nascer dos trabalhadores.

O PCB

Todavia, o PCB foi fundado em 1922 por líderes sindicais,muitos deles de origem operária, participantes dos movimentos grevistas da década de 1910.

Em 1992, em seu X Congresso e por maioria de 2/3 dos delegados, o PCB alterou a sua denominação para Partido Popular Socialista, o PPS.

Origens na extrema-esquerda

O PT reuniu várias correntes: intelectuais socialistas, católicos progressistas, sindicalistas das greves de fins dos anos 1970 e ex-militantes das organizações guerrilheiras dos anos 1960. Hoje, estes dois últimos grupos dominam o partido.

A resistência democrática

Tais grupos defenderam a luta armada contra o regime autoritário, enquanto o PCB não pegou em armas. Propôs uma aliança de todos os setores democráticos numa frente de atuação legal. Em 1966, participa da fundação do Movimento Democrático Brasileiro, o MDB.

O voto nulo e a derrota de 1970

Enquanto o PCB lutava para angariar votos para o MDB, a extrema-esquerda pedia o voto branco ou nulo, favorecendo nas eleições de 1970 a vitória da Aliança Renovadora Nacional, a Arena, o partido da ditadura.

A vitória de 1974

Apesar das dificuldades, nas eleições de 1974, o MDB inflige uma derrota eleitoral ao regime. A Arena faz 6 e o MDB 16 senadores. Entre eles, Orestes Quércia em São Paulo, Itamar Franco em Minas Gerais, Marcos Freire em Pernambuco e Paulo Brossard no Rio Grande do Sul.

A campanha da Anistia

Com o apoio do MDB, os movimentos sociais voltam a se mobilizar. Professores e estudantes da Faculdade de Direito de São Paulo pedem a volta do Estado de Direito. Estudantes se reunem na PUC de São Paulo para reorganizar a UNE. O movimento sindical organiza greves no ABCD paulista. Em todo o país, o PCB participa da organização dos Comitês pró-Anistia.

A vitória de 1978

Outra vez a oposição derrota o regime. Nos maiores estados do Brasil, os senadores eleitos são do MDB: Franco Montoro em São Paulo, Nelson Carneiro no Rio de Janeiro, Tancredo Neves em Minas Gerais e Pedro Simon no Rio Grande do Sul.

A abertura

Pressionado, o regime inicia a abertura política. Em 1979, o general João Figueiredo assina a Anistia, permitindo a volta dos exilados e a libertação dos presos políticos.

A vitória de 1982

Realizam-se as primeiras eleições para governador. Mais uma vez, as oposições ganham nos grandes centros: Franco Montoro em São Paulo,Leonel Brizola no Rio de Janeiro, Tancredo Neves em Minas Gerais e José Richa no Paraná.

A campanha das Diretas

Os governadores da oposição serão decisivos na campanha das Diretas, em apoio à emenda constitucional que restabelecia a eleição direta para a Presidência da República.

Os partidos de oposição se unem nos protestos. O senador Teotônio Vilela se torna o símbolo da campanha e Ulysses Guimarães recebe o nome de Senhor Diretas. Apesar das gigantescas manifestações, a emenda não é aprovada pelo Congresso, de maioria governista.

A vitória de 1985

O PMDB, com o apoio do PCB e PDT, lançam um candidato único das oposições,Tancredo Neves, para enfrentar o candidato da ditadura, Paulo Maluf, do PDS, no Colégio Eleitoral, formado por deputados e senadores para escolher o presidente da República.

Com a pressão das manifestações de rua em prol de Tancredo, o partido do regime, o agora PDS, se divide e uma ala funda o PFL em apoio à oposição.

O PT se abstém e expulsa os deputados do partido que votaram em Tancredo Neves.

A transição democrática

Com a vitória de Tancredo e a posse de José Sarney, são convocadas eleições para a Assembleia Constituinte com o objetivo de escrever uma nova Constituição para o Brasil.

O PCB atua em aliança com os partidos democráticos. Assim,estará entre os responsáveis pela nova Carta, ao lado de Ulysses Guimarães,Afonso Arinos, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso e outros.

A Constituição de 1988

Em outubro de 1988 é promulgada a nova Constituição, a mais democrática da história republicana. Nela estão assegurados o Estado de Direito,as liberdades democráticas e importantes direitos sociais, como a Previdência rural.

O PT vota contra o projeto constitucional e se nega a assinar a nova Constituição.

Xô, Sarney!

O PCB fez restrições à política econômica do governo Sarney,mas não apoiou o Xô, Sarney, lançado pelo PT. Para o PCB, o mandato do presidente era legítimo e sua saída poderia tumultuar os trabalhos da Constituinte.

Ela funcionou em meio a graves dificuldades econômicas provocada pelo fracasso do Plano Cruzado em combater a hiperinflação e pela crise da dívida externa dos países da América Latina.

O PCB apresentou um Plano Emergencial contra a crise objetivando que a primeira a eleição presidencial desde 1960, marcada para1989, acontecesse num clima de tranquilidade.

A derrota de 1989

No primeiro turno, o PCB lançou a candidatura do deputado Roberto Freire. No segundo turno, propôs a união de todas as forças democráticas em torno da candidatura de Lula.

Mas Lula e o PT foram contrários ao apoio do PMDB e vetarama presença do presidente do partido, deputado Ulysses Guimarães, na campanha deLula.

Com sua estreiteza e um programa de governo que não expressava o consenso dos partidos democráticos, Lula e o PT conduziram à derrota as forças políticas que haviam combatido a ditadura. O eleito foi o candidato conservador Fernando Collor de Melo.

O impeachment de Collor

O PCB participa do movimento dos cara-pintadas que reclama o impedimento do presidente Collor, envolvido em denúncias de corrupção. Após a sua renúncia, assume o vice-presidente Itamar Franco.

O governo de coalizão democrática

Itamar Franco nomeia o ministério mais representativo dasforças democráticas do país desde a redemocratização. Nele estão incluídos PMDB, PSDB, PDT, PSB, PPS e setores do PFL.

O PT se nega a participar do governo e expulsa a ex-prefeita de São Paulo, Luíza Erundina, por assumir o Ministério de Administração.

O Plano Real

Roberto Freire, do agora PPS, sucessor do PCB, é nomeado o líder do governo na Câmara. Ao lado de Pedro Simon, líder do governo no Senado,trabalha para a aprovação do Plano Real, responsável por derrubar a inflação e lançar as bases do desenvolvimento econômico sustentável da economia nacional.

O PT vota contra o Plano Real. Seus líderes dizem que é umplano demagógico e que a inflação voltaria após as eleições presidenciais de1994, o que não ocorreu, pelo contrário, diminuiu.

O plebiscito de 1993

No plebiscito de 1993, o PPS faz campanha em prol do Parlamentarismo, uma forma de governo mais democrática e tradicionalmente apoiada pelas esquerdas no mundo. O PT apóia o Presidencialismo, por acreditar que o Parlamentarismo seria um golpe às pretensões presidenciais de seu candidato.

Oposição responsável

Por divergir da condução da economia, o PPS fará oposição ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas não apoiará o Fora FHC,lançado por setores do PT, por respeito à decisão da maioria dos brasileiros que elegeram o candidato do PSDB por duas vezes já no primeiro turno, em 1994 e1998.

A Lei de Responsabilidade Fiscal

Apesar de oposicionista, o PPS não se negará ao diálogo eapoiará projetos importantes para o país, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, instrumento de fiscalização das contas da União, Estados e Municípios,cujo descontrole estava na raiz do crônico histórico de inflação do Brasil.

O PT votou contra aquela lei.

Oposição consequente

O PPS apoiou a candidatura de Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 2002, mas deixoua base governista em 2004 por discordar da política econômica comandada por Antônio Palocci, ministro da Fazenda, e Henrique Meirelles, diretor do Banco Central,considerada pelo partido como monetarista e não desenvolvimentista.

Enfraquecimento dos partidos

Também o PPS se opôs ao uso excessivo de medidas provisórias,política que havia criticado tanto na gestão de Collor quanto de Fernando Henrique e que continuou no governo Lula.

O PCB havia sido um crítico ferrenho do decreto-lei,instrumento autoritário utilizado pelos governos militares que amesquinhava o papel do Congresso e dos partidos na discussão dos grande temas nacionais.

Na oposição, o PPS tem sido contrário à utilização do poder público para beneficiar interesses partidários e de grandes grupos econômico-financeiros privados,nacionais e internacionais.

FONTE: PORTAL DO PPS

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