quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Brasília-DF - Denise Rothenburg

O pesadelo das teles
A Anatel pretende aprovar em breve a possibilidade de os usuários cancelarem automaticamente os serviços de telefonia, via internet. A medida assombra o setor e, se não for muito bem regulamentada, pode tirar o sono da presidente Dilma Rousseff no quesito que mais lhe é caro: o emprego dos jovens.
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Para as empresas, o problema é deixar de ter a opção de “segurar” o cliente, oferecendo-lhe alguma vantagem para permanecer com os serviços. Quanto ao governo, a opção de cancelamento automático leva as operadores a prescindirem de parte dos jovens que hoje atendem nos call centers. E desemprego nunca foi positivo para ninguém. Especialmente, em ano eleitoral.

O motivo
O que levou a Anatel a pensar em adotar o cancelamento automático foi a quantidade de ligações que seu próprio call center passou a receber depois que a agência coibiu a venda de chips por parte das companhias telefônicas. É tanta reclamação que faltam servidores para atender e não há mais recursos disponíveis para novas contratações. O governo gostou, mas nada está resolvido.

Degringolou…
Uma aliança grande e um partido que deseja hegemonia são iguais a mistura explosiva. E, em alguns estados, explodiu de vez. Em Pernambuco, o PT local resiste a apoiar Armando Monteiro Neto, do PTB, ao governo estadual. Prefere candidatura própria. Chegou ao ponto de o presidente petista, Rui Falcão, precisar voar até lá para acalmar a situação.

…E sobrou
No Piauí, o PT fechou aliança em torno de Wellington Dias, esquecendo-se de que o PMDB existia por ali. Resultado: o deputado peemedebista Marcelo Castro concorrerá ao governo estadual em oposição aos petistas. Nesse ritmo, Dilma pode até conseguir manter o PMDB na aliança nacional, mas não terá meios de fazer com que os peemedebistas levantem o estandarte dela nos estados.

O mordomo
O PMDB do Rio desistiu de conversar com Dilma Rousseff sobre o palanque estadual. Sabe que quem sustenta o nome do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) para governador é Lula.

Lição
Depois de o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) passar pelo constrangimento de estar, desde outubro, esperando para ocupar a vaga de ministro da Integração Nacional, nenhum partido apresentou, oficialmente, nenhum candidato a vaga no governo Dilma. A ordem é esperar que ela convide para, em seguida, o partido dizer que havia indicado o escolhido.

Jogo de empurra
O PT fará tudo o que estiver ao alcance para deixar na conta política do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), um possível corte da Arena da Baixada do rol de estádios da Copa. Já o PSDB planeja lembrar que a principal ministra do governo Dilma era Gleisi Hoffmann, paranaense e candidata a governadora. Resta saber em quem o eleitor vai acreditar.

Aposentadoria/ A ex-senadora Patrícia Saboya (foto), que já foi senhora Ciro Gomes e é a mãe dos filhos do ex-governador e ex-ministro, não será candidata a mais nada. Em breve, ocupará uma vaga no Tribunal de Contas do Estado do Ceará.

Surreal/ Dilma criou a categoria do ministro “em off”. Os novos ministros da Casa Civil, da Saúde e da Educação, todos do PT, estão trabalhando e, tanto no Planalto quanto fora dele, fala-se da rotina, mas com a seguinte ressalva: “Tudo pode ser dito, mas nada pode ser confirmado nem declarado de viva-voz.”. Hoje, o quase ministro da Saúde dará uma coletiva em São Bernardo do Campo (SP).

Mercadante na área/ A transição na Casa Civil promete ser a mais difícil das que Dilma resolveu antes de viajar (inclua-se aí Saúde e Educação). Ao se referir à equipe da quase ex-ministra Gleisi Hoffmann, há quem diga que ali não sobrará “Gleisi sobre Gleisi”. Ou seja, a tendência é Aloizio Mercadante mexer em quase tudo.

Espera coletiva/ Eduardo Cunha, do PMDB, encontrou, por acaso, os líderes do PP, Dudu da Fonte, e do Pros, Givaldo Carimbão, almoçando com os presidentes de seus respectivos partidos, Ciro Nogueira e Eurípedes Júnior, em um restaurante em Brasília. Enquanto o PT faz a transição e prepara as campanhas, esse quinteto ainda aguarda o que caberá a cada um no governo Dilma. “Ela tem o tempo dela. Só nos resta esperar”, comenta Dudu.

Fonte: Correio Braziliense

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