Contrariados com candidatura de Lindbergh, líderes do PMDB acreditam que 'não vale a pena se estressar com a presidente Dilma'
Luciana Nunes Leal
RIO - Depois da conversa a sós com a presidente Dilma Rousseff, na terça-feira, 21, o governador Sérgio Cabral Filho e o vice, Luiz Fernando Pezão, pré-candidato do PMDB ao governo do Estado do Rio, saíram convencidos de que somente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será capaz de mudar o quadro da disputa fluminense. O PMDB-RJ insiste na desistência da candidatura do senador petista Lindbergh Farias à sucessão de Cabral e ameaça não apoiar a reeleição de Dilma se o quadro continuar como está. A candidatura de Lindbergh foi reafirmada em reunião do diretório regional no último sábado, com aval de Lula e da direção nacional do partido.
Para os peemedebistas, a presidente não vai se envolver nos impasses das disputas estaduais e, no Rio, continuará a fazer o discurso de parceria com Cabral e Pezão e a repetir o bordão "estamos juntos". Mas, na prática, caberá a Lula a palavra final sobre os palanques de Dilma no Estado. Cabral e seus aliados tinham expectativa de que Lula pudesse convencer Lindbergh a desistir, mas por enquanto só ouvem do líder petista pedidos para terem "paciência".
A tese dos líderes do PMDB é que "não vale a pena se estressar com a presidente Dilma". No encontro de Cabral e Pezão com a presidente, do qual também participou o prefeito Eduardo Paes (PMDB), o quadro eleitoral no Rio foi mencionado, os peemedebistas deixaram clara a contrariedade com o PT, mas não fizeram reclamações ou pedidos diretos à presidente.
Em tese, a presidente tem quatro palanques no Rio, se todas as pré-candidaturas forem mantidas: Lindbergh, Pezão, o ex-governador e deputado Anthony Garotinho, do PR, e o ministro da Pesca, Marcelo Crivella, do PRB. Garotinho, que terá a pré-candidatura confirmada no próximo sábado, 25, diz, no entanto, que o apoio a Dilma não está fechado. Em nota distribuída por sua assessoria sobre a convenção estadual do PR, Garotinho declara que "não tem pressa", para fechar sua posição na campanha presidencial.
"Temos até maio para definir essa questão. A presidente Dilma hoje tem mais de um palanque no Rio, mas a configuração política ainda está indefinida. Com Pezão patinando nas pesquisas e Lindbergh sem capilaridade alguma, a presidente tende a precisar de nosso apoio, além do Marcelo Crivella. Mas nada está acertado e precisaremos conversar", disse Garotinho.
Pesquisas qualitativas mostram que Garotinho tem eleitores entre simpatizantes de Dilma e também do tucano Aécio Neves e do socialista Eduardo Campos, o que leva pré-candidato do PR a cogitar abrir o palanque para mais de um candidato a presidente.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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