Nas Entrelinhas: Luiz Carlos Azedo
DEU NO CORREIO BRAZILIENSE
A eleição de São Paulo é a única onde o presidente Lula é obrigado a subir no palanque. Mas é uma casa de caboclo em termos políticos
A grande diferença entre o primeiro e o segundo turno das eleições é a natureza da contradição eleitoral. Em tese, no primeiro turno, nada impede que dois adversários mantenham um pacto de boa convivência, de olho na aproximação futura. No segundo turno, há um combate frontal, mesmo quando estão no mesmo campo político, que inviabiliza a recomposição das forças locais. Por essa razão, o presidente Lula ficará longe da maioria dos palanques.
São Paulo —A eleição de São Paulo é a única onde o presidente Lula é obrigado a subir no palanque. Mas é uma casa de caboclo em termos políticos, uma vez que Gilberto Kassab (DEM) virou o primeiro turno à frente de Marta Suplicy (PT). O governador paulista, José Serra (PSDB), fará campanha para Kassab com gosto. Se conseguir a reeleição do prefeito paulistano, será uma vitória estratégica: a derrota de Lula. Com isso, o tucano aumentaria a expectativa de poder criada por sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2010. Agora é tarde para Lula evitar o confronto. Seria fugir à luta.
Rio de Janeiro — Lula não cruza com os dois candidatos, para usar uma expressão bem carioca. O candidato do PV, Fernando Gabeira, que galvanizou o voto da esquerda, sempre fez oposição. Eduardo Paes (PMDB), apadrinhado pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), luta pelo apoio do presidente da República, mas é um aliado de última hora. Lula não esqueceu os ataques que sofreu de Paes na CPI do Mensalão. Caso típico de idiossincrasia.
Belo Horizonte — Para o presidente da República, o melhor é passar ao largo da disputa de Belo Horizonte. A cozinha do Palácio do Planalto pensa diferente e torce contra o candidato do PSB, Márcio Lacerda, apoiado pelo prefeito Fernando Pimentel (PT) e pelo governador Aécio Neves (PSDB), embrião de uma aliança “pós-Lula”. O vice-presidente José de Alencar, os ministros petistas Luís Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) querem que o vitorioso seja o azarão Leonardo Quintão (PMDB). Quem lucra é o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB).
Salvador — O governador Jaques Wagner (PT) e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, entraram em rota de colisão. Estão em lados opostos na disputa de Salvador, onde o prefeito João Henrique (PMDB) foi para o segundo turno contra o petista Walter Pinheiro. Para Lula, será mais fácil juntar os cacos se o prefeito de Salvador for reeleito.
Porto Alegre — O prefeito José Fogaça (PMDB) faz parte da lista de peemedebistas indesejáveis do presidente da República. Não está descartada a possibilidade de Lula subir no palanque da candidata do PT, Maria do Rosário. Seria uma exceção no critério de não se envolver nas disputas dentro da base.
Manaus — Ficou mais distante de Brasília nesse segundo turno. O prefeito Serafim Correia (PSB) foi atropelado pelo ex-governador Amazonino Mendes (PMDB). Como ambos são aliados do governo, Lula vai assistir ao embate de camarote.
Belém — A mesma situação se repete no confronto entre Duciomar Costa (PTB) e José Priante (PMDB). O Palácio torce pela reeleição do prefeito, para limitar a influência do deputado Jader Barbalho (PMDB), eminência parda do PMDB, no governo do Pará.
Cuiabá — Em tese, a eleição em Cuiabá não cria problemas na base. Mas o tucano Wilson Santos (PSDB) quase levou no primeiro turno. O risco de subir no palanque de Mauro Mendes (PR) é perder.
São Luís — A mesma situação se repete no Maranhão, onde José Castelo (PSDB) enfrenta Flávio Dino (PCdoB) e virou o primeiro turno com muita vantagem.
Macapá — A eleição na capital do Amapá não faz a menor diferença. Clodomir Paz (PDT) e Camilo Capiberibe (PSB) são da base governista. A briga entre os dois é um problema do ex-presidente José Sarney (PMDB).
Florianópolis — Dos dois “manezinhos”, o preferido de Lula é o ex-governador Espiridião Amin (PP). Dario Berger (PMDB), que lidera a disputa, é da ala do PMDB na qual Lula não confia.
DEU NO CORREIO BRAZILIENSE
A eleição de São Paulo é a única onde o presidente Lula é obrigado a subir no palanque. Mas é uma casa de caboclo em termos políticos
A grande diferença entre o primeiro e o segundo turno das eleições é a natureza da contradição eleitoral. Em tese, no primeiro turno, nada impede que dois adversários mantenham um pacto de boa convivência, de olho na aproximação futura. No segundo turno, há um combate frontal, mesmo quando estão no mesmo campo político, que inviabiliza a recomposição das forças locais. Por essa razão, o presidente Lula ficará longe da maioria dos palanques.
São Paulo —A eleição de São Paulo é a única onde o presidente Lula é obrigado a subir no palanque. Mas é uma casa de caboclo em termos políticos, uma vez que Gilberto Kassab (DEM) virou o primeiro turno à frente de Marta Suplicy (PT). O governador paulista, José Serra (PSDB), fará campanha para Kassab com gosto. Se conseguir a reeleição do prefeito paulistano, será uma vitória estratégica: a derrota de Lula. Com isso, o tucano aumentaria a expectativa de poder criada por sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2010. Agora é tarde para Lula evitar o confronto. Seria fugir à luta.
Rio de Janeiro — Lula não cruza com os dois candidatos, para usar uma expressão bem carioca. O candidato do PV, Fernando Gabeira, que galvanizou o voto da esquerda, sempre fez oposição. Eduardo Paes (PMDB), apadrinhado pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), luta pelo apoio do presidente da República, mas é um aliado de última hora. Lula não esqueceu os ataques que sofreu de Paes na CPI do Mensalão. Caso típico de idiossincrasia.
Belo Horizonte — Para o presidente da República, o melhor é passar ao largo da disputa de Belo Horizonte. A cozinha do Palácio do Planalto pensa diferente e torce contra o candidato do PSB, Márcio Lacerda, apoiado pelo prefeito Fernando Pimentel (PT) e pelo governador Aécio Neves (PSDB), embrião de uma aliança “pós-Lula”. O vice-presidente José de Alencar, os ministros petistas Luís Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) querem que o vitorioso seja o azarão Leonardo Quintão (PMDB). Quem lucra é o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB).
Salvador — O governador Jaques Wagner (PT) e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, entraram em rota de colisão. Estão em lados opostos na disputa de Salvador, onde o prefeito João Henrique (PMDB) foi para o segundo turno contra o petista Walter Pinheiro. Para Lula, será mais fácil juntar os cacos se o prefeito de Salvador for reeleito.
Porto Alegre — O prefeito José Fogaça (PMDB) faz parte da lista de peemedebistas indesejáveis do presidente da República. Não está descartada a possibilidade de Lula subir no palanque da candidata do PT, Maria do Rosário. Seria uma exceção no critério de não se envolver nas disputas dentro da base.
Manaus — Ficou mais distante de Brasília nesse segundo turno. O prefeito Serafim Correia (PSB) foi atropelado pelo ex-governador Amazonino Mendes (PMDB). Como ambos são aliados do governo, Lula vai assistir ao embate de camarote.
Belém — A mesma situação se repete no confronto entre Duciomar Costa (PTB) e José Priante (PMDB). O Palácio torce pela reeleição do prefeito, para limitar a influência do deputado Jader Barbalho (PMDB), eminência parda do PMDB, no governo do Pará.
Cuiabá — Em tese, a eleição em Cuiabá não cria problemas na base. Mas o tucano Wilson Santos (PSDB) quase levou no primeiro turno. O risco de subir no palanque de Mauro Mendes (PR) é perder.
São Luís — A mesma situação se repete no Maranhão, onde José Castelo (PSDB) enfrenta Flávio Dino (PCdoB) e virou o primeiro turno com muita vantagem.
Macapá — A eleição na capital do Amapá não faz a menor diferença. Clodomir Paz (PDT) e Camilo Capiberibe (PSB) são da base governista. A briga entre os dois é um problema do ex-presidente José Sarney (PMDB).
Florianópolis — Dos dois “manezinhos”, o preferido de Lula é o ex-governador Espiridião Amin (PP). Dario Berger (PMDB), que lidera a disputa, é da ala do PMDB na qual Lula não confia.
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