Silvia Amorim
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Ele diz não esperar consenso para pôr em votação a proposta e aposta em novas regras somente para 2014
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), disse ontem que, com ou sem consenso, a reforma política será aprovada na Casa. Na próxima reunião com os líderes partidários, na semana que vem, ele pretende discutir os dois pontos da reforma a serem votados com prioridade: financiamento público de campanha e voto em lista fechada.
"Claro que há aqueles que são a favor e os que são contra. Eu vou na reunião de líderes tratar desse tema e ver o que podemos levar adiante", afirmou. "Mas o que fica claro é que vamos fazer uma reforma política no País", garantiu o peemedebista, após participar de um evento em São Paulo.
Temer disse não esperar um consenso para pôr em votação a proposta e foi cuidadoso ao comentar a possibilidade de aplicação das eventuais mudanças no sistema eleitoral já no pleito de 2010. "Às vezes é muito difícil aplicar logo para a eleição seguinte", ponderou. A aposta dele é de que a Casa decida por uma reforma que passe a vigorar somente em 2014. "Tenho dito cautelarmente que, se não conseguirmos fazer para 2010, vamos fazer para 2014", comentou. "Quatro anos na vida de um País é pouca coisa."
Assim como expôs anteontem o ministro da Justiça, Tarso Genro, Temer também acredita que os temas prioritários sejam o financiamento público de campanha e voto em lista fechada. No primeiro caso, passaria a ser proibida qualquer doação privada às campanhas eleitorais. Todo o financiamento viria da União. No caso da lista fechada, o eleitor deixaria de votar nominalmente no candidato (deputado federal, estadual e vereador) e votaria somente no partido.
Há relatos informais de que um grupo de 250 a 300 deputados estaria disposto a votar essas matérias nos próximos meses. Na semana que vem o PMDB pretende apresentar proposta do deputado Ibsen Pinheiro (PR) sobre esses dois temas.
Temer participou ontem em São Paulo da abertura do 6º Encontro do Colegiado de Presidentes das Assembleias Legislativas, que teve a presença de chefes de 20 dos 27 Legislativos estaduais.
Da tribuna, o deputado fez um mea-culpa pelos "defeitos" do parlamento. "Muitas vezes nós vemos um ou outro defeito e esses defeitos vão sendo corrigidos de acordo com as circunstâncias. Estamos nos adaptando."
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