Abertura de inquérito no Supremo também dá força a oposicionistas para pedirem saída do ministro do Esporte
André de Souza
BRASÍLIA. O discurso da oposição contra a permanência do ministro do Esporte, Orlando Silva, no cargo foi reforçado ontem pela abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal para investigar a suposta participação dele em desvios de recursos do Programa Segundo Tempo. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), classificou Orlando como "ministro ficha-suja" e disse que sua permanência no comando da pasta se tornava impossível a partir da investigação no Supremo.
- Hoje, Orlando Silva é uma espécie de ministro ficha-suja - disse o deputado, salientando que a decisão do STF mostra a existência de um esquema de corrupção no Ministério do Esporte para irrigar os cofres do PCdoB, partido do ministro.
No debate, numa comissão da Câmara sobre Lei Geral da Copa, o líder do PPS voltou a instigar o ministro:
- Agora o ministro é investigado pelo STF. Não deveria estar sentado nessa cadeira, nesse instante, como ministro. Se tivesse ato de cidadania a seu governo e a seu país, deixaria o ministério enquanto as investigações ocorrem e, nada sendo provado, vossa excelência voltaria.
No Senado, o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR) disse que o governo e seus aliados não querem investigar coisa nenhuma, depois que a tropa governista derrubou na Comissão de Educação um requerimento em que ele pedia para ouvir servidores do Ministério do Esporte envolvidos nas denúncias de corrupção no ministério - o assessor especial Fábio Hansen e o ex-chefe de gabinete da Secretaria Executiva do Ministério do Esporte Charles Rocha. Eles são flagrados em um áudio orientando o policial militar João Dias a se livrar das irregularidades de um convênio firmado entre a pasta e uma de suas ONGs. As ONGs do policial são acusadas de desviar R$3,2 milhões do ministério.
No seu blog, João Dias protestou: "Se os parlamentares se recusam a investigar casos de corrupção, o melhor seria renunciar aos mandatos conferidos pelo povo, pois não se pode mais admitir tamanha omissão diante das inúmeras denúncias sobre desvio de dinheiro do contribuinte".
FONTE: O GLOBO
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