Pré-candidato do PMDB afirma ser tratado com carinho por ex-presidente e minimiza aparição dele ao lado de Haddad (PT)
Débora Álvares
No dia em que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apareceram pela primeira vez juntos em São Paulo em um evento público ao lado do pré-candidato do PT à Prefeitura, Fernando Haddad, o peemedebista Gabriel Chalita procurou vincular também sua pré-candidatura aos apoiadores do concorrente.
Chalita tem a expectativa de se tornar uma espécie de “plano B” do Planalto e de Lula na eleição paulistana caso a candidatura de Haddad não decole.
Carinho. “O presidente Lula tem me tratado com muito carinho e disse que também sou candidato dele. A presidente Dilma diz a mesma coisa”, disse Chalita ontem, após uma reunião com a direção da Associação Paulista de Medicina, em que ouviu demandas e sugestões para melhorar a saúde da capital paulista. O peemedebista, que tem como principal apoiador o vice-presidente da República, Michel Temer, reconhece a importância política de Lula e Dilma. “A presidente Dilma tem uma aprovação fantástica hoje e o presidente Lula também. São figuras fundamentais na política brasileira.”
Apesar disso, Chalita afirma não acreditar que a presença deles ao lado do concorrente petista seja determinante para o rumo das eleições de outubro. “As pessoas podem respeitar os apoiadores e eles são importantes, mas acho que não é isso o que vai definir a eleição em São Paulo”, disse. “O que vai ser determinante é a empatia do eleitor com um dos candidatos, é a visão de quem terá mais competência para cuidar do dia a dia da cidade.” Ainda sem conseguir crescer nas pesquisas, o pré -candidato do PMDB aposta que propagandas de televisão e debates darão a real face da campanha eleitoral. “A população vai começar a enxergar quem tem a cara de São Paulo e quem vai resolver os problemas da cidade.”
Na primeira pesquisa Ibope, Chalita aparece em quinto lugar, com 6% das intenções de voto. Haddad está em sétimo, com apenas 3%. À frente deles aparecem Soninha Francine (PPS), com 7%; Netinho de Paula (PC do B), com 8%; Celso Russomanno ( PRB), c om 16% e J osé Serra (PSDB), com 31% das intenções de voto.
Acordo. Haddad e Chalita mantêm um acordo de cavalheiros para evitar ataques pessoais durante a campanha, mas disputam o apoio do PC do B de Netinho de Paula. Ele já disse aceitar ser vice em uma chapa mais forte. Russomanno também está na disputa. Embora disfarcem publicamente, a relação entre Chalita e Russomanno ficou estremecida após a recusa do PMDB em aceitar a sugestão do PRB e do PC do B para se unirem em torno de uma candidatura. Republicanos e comunistas propuseram avaliar as pesquisas em junho para só então definir quem será o cabeça da chapa. Mas Chalita recusou. Em troca de apoio financeiro para material de campanha, dois partidos cortejados para a chapa peemedebista, o PHS e o PRP, fecharam anteontem acordo com Russomanno. Chalita encara o vai e vem com naturalidade: “Faz parte do processo democrático”. Ele já garantiu o apoio de PSL, PSC e PTC.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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