Em abril do ano passado Dilma Rousseff visitou as obras do porto do Açu, litoral do Estado do Rio, onde estava sendo construído, por empresa de Eike Batista, o que seria o maior conglomerado portuário-industrial da América Latina. Lá ela declarou: “O Eike é nosso padrão, nossa expectativa e orgulho do Brasil…percebe os interesses do País …e merece os nossos respeitos.”
Desde o governo Lula, no início das atividades do grupo em diversas áreas da economia, ele foi respaldado por empréstimos do BNDES e da CEF. Foram bilhões e bilhões do Estado brasileiro que movimentaram as empresas X, de Eike, além da captação de recursos de dezenas de milhares de cidadãos que lá colocaram as suas economias, incentivados por declarações dos presidentes da República, como a que citamos acima. Quem poderia imaginar o trágico final dessa aventura que, aos olhos de todos, tinha o carimbo dos bancos públicos e privados e de presidentes muito bem avaliados?
A petrolífera OGX já virou pó. As outras devem seguir o mesmo caminho. Algumas estão sendo vendidas a qualquer preço, os investimentos de milhares de pessoas foram reduzidos a quase nada.
Mas não se enganem. Dezenas de executivos dessas empresas vão sair com muito dinheiro. E o Eike Batista, não vai ficar na penúria. Pelo contrário, entrou com muito pouco, alavancado pelo setor público, pelo privado e pelos investidores que vão pagar a conta, e vai sair mais rico do que entrou. Não o mais rico do Brasil, mas não merecerá a nossa compaixão.
Aliás como vem acontecendo com dezenas de maus empresários, aventureiros e bandidos, que quebram acarretando danos a milhares de pessoas e ao erário público, mas que acabam vivendo na boa. Os exemplos estão aí, ao vivo e em cores.
Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB
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