Todas as atenções estão voltadas para a troca de provocações da eleição presidencial, mas a principal disputa estadual do país parece tão ou mais eletrizante.
Geraldo Alckmin tem bons índices nas pesquisas, mas é evidente o poder corrosivo da crise de segurança, potencializada pelos "black blocs" --que ninguém sabe quem são e a que interesses servem.
Paira também sobre a reeleição de Alckmin a sombra da Alstom, que assusta gestões tucanas e, agora, também borra a imagem do procurador que se fez de desentendido diante dos pedidos de investigação enviados pela Suíça.
Violência e Alstom são pratos feitos para as campanhas da oposição, sobretudo do PT, em 2014.
Do outro lado, porém, não há motivos para estourar o champanhe, depois que o promissor Fernando Haddad estragou a festa do PT e animou a do PSDB ao dividir as atenções entre a violência e o aumento do IPTU. Quem quer pagar mais levante a mão! Tirem fora dessa 89% dos paulistanos, PSB, PV e PSD.
E vem, agora, a prisão de funcionários da gestão Kassab. É saudável, mas ajuda a diluir ainda mais as atenções sobre a crise de segurança, resvala no secretariado de Haddad e serve de pretexto para afugentar apoios partidários ao PT em 2014.
O "independente" Kassab, que tem um pé no governo Dilma e outro na oposição, vai para onde os ventos das pesquisas empurrarem o barco. Não é diferente em São Paulo.
Se hoje ele e seu PSD apoiam Haddad na prefeitura, amanhã poderão seguir com Alckmin ou com quem mais tiver boas chances e promessas apetitosas para o Bandeirantes.
Jogando no mesmo saco o desgaste eleitoral do IPTU e o efeito político das prisões, o cada vez mais pragmático PT já treme de medo de Haddad. Ele é uma cara nova e uma aposta para o partido, mas ameaça se tornar um cabo eleitoral contra Alexandre Padilha em 2014.
Lula vai intervir. Duvida?
Fonte: Folha de S. Paulo
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