domingo, 28 de dezembro de 2014

MPL promete voltar às ruas para protestar contra reajuste

• O ato chamado de "nenhum centavo a mais" será no dia 9

- O Globo

SÃO PAULO Menos de 24 horas após o anúncio de que a tarifa de ônibus na cidade de São Paulo subiria para R$ 3,50, o Movimento Passe Livre (MPL) convocou um protesto para o dia 9 de janeiro, uma sexta-feira. Em um comunicado publicado em sua página no Facebook, o grupo diz que não aceitará "nenhum centavo a mais" de aumento nas tarifas.

Ausente de grandes manifestações desde junho de 2013, quando organizou atos que levaram dezenas de milhares de pessoas às ruas contra o reajuste da passagem para R$ 3,20, o MPL terá pela frente uma prova da sua capacidade de mobilização. Embora tenha feito protestos contra o cartel do metrô em São Paulo ao longo deste ano, o grupo não se envolveu, por exemplo, nos atos contra a Copa do Mundo.

Na tentativa de evitar grandes protestos, a prefeitura de São Paulo pretende explicar para a população que o aumento só atingirá 8% dos usuários. O governo municipal concederá passe livre para estudantes de escolas públicas ou beneficiários de programas de financiamento estudantil. Além disso, quem compra os bilhetes eletrônicos mensais, semanais ou diários continuará pagando R$ 3.

Sobre a gratuidade estudantil, o MPL disse que a medida foi uma vitória das ruas e que "enquanto o transporte continuar sendo tratado como mercadoria e enquanto houver tarifa e aumentos, haverá luta da população, se organizando e resistindo em cada canto da cidade." O texto do grupo diz ainda que, cada vez que a tarifa sobe, "aumenta o número de pessoas excluídas do transporte coletivo. Com menos gente circulando, novos aumentos serão necessários, numa espiral que diminui cada vez mais o direito à cidade da população."

O MPL convocou também uma "aula pública contra a tarifa" no dia 5 de janeiro para explicar suas reivindicações à população. No texto, o grupo ironiza os gestores públicos ao dizer que a palestra será em frente ao prédio da prefeitura, no centro da cidade, "se é que alguém ali ainda quer aprender alguma coisa".

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