quinta-feira, 17 de maio de 2018

'Não adianta crescer agora', diz Alckmin

Por Daniel Rittner | Valor Econômico

BRASÍLIA - Amargando uma queda nas intenções de voto e aumento da rejeição, o ex-governador Geraldo Alckmin minimizou os números desfavoráveis da pesquisa CNT/MDA em sua primeira aparição pública após a sondagem, que foi divulgada na segunda-feira. "Ainda não começou a campanha", disse o pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, em visita à Agrobrasília, feira agrícola nos arredores de Brasília. "Até julho, o interesse do eleitor é baixo. Precisa crescer na hora certa. Não adianta crescer agora e cair no mês que vem."

Depois de passar três dias em reuniões fechadas com integrantes de sua pré-campanha e dirigentes partidários, Alckmin retomou suas atividades externas em meio aos rumores de conversas com o MDB e pressionado por declarações recentes do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o fim do ciclo de aliança entre sua sigla e o PSDB.

Para o ex-governador, não há que se falar em rompimento. "Em muitos lugares nós vamos estar juntos, vamos ser parceiros. Tem muitos Estados em que o PSDB vai apoiar o Democratas", afirmou, citando o caso do Pará e classificando Maia como "uma das melhores vocações da nova geração".

Questionado sobre contatos com Michel Temer, ele disse não ter tido nenhuma conversa por enquanto sobre eventual apoio do emedebista e evitou responder se aceitaria levar o presidente para o palanque. "Esse não é um tema em discussão agora", desconversou.

Alckmin anunciará, hoje de manhã, novos integrantes da equipe econômica responsável pelo programa de governo. Alguns nomes que têm ajudado o grupo liderado pelo economista Persio Arida - e não necessariamente serão apresentados nesta quinta-feira - são o ex-ministro Roberto Rodrigues (para o agronegócio), o consultor Adriano Pires (para o setor elétrico, petróleo e gás) e o economista Marcelo Allain (logística de transportes).

Aos produtores rurais que estavam na feira, Alckmin falou de uma agenda com melhoria das condições de crédito, redução de custos logísticos, incremento em pesquisa e busca por acordos comerciais. Preferiu não fazer comentários extensos sobre as renegociações de dívidas no âmbito do Funrural, principal demanda do setor, e usou números positivos sobre a segurança pública em São Paulo para dizer que combaterá a violência no campo.

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