Governadores do PT se reúnem nesta quinta (17) em BH para discutir cenário político após a prisão de Lula
- O Tempo (MG)
São Paulo e Belo Horizonte. A convite do anfitrião, o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), os demais governadores petistas se reúnem nesta quinta-feira (17) na capital mineira para discutir o cenário político após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os petistas se reunirão na sexta-feira (18) com os demais governadores do Nordeste para um debate sobre a bacia do rio São Francisco. Pimentel também participará do encontro em Pernambuco. Na pauta informal está a sucessão presidencial.
Segundo membros do PT, Pimentel já começa a admitir, em suas conversas, a hipótese de aliança em favor da candidatura presidencial de Ciro Gomes (PDT), com quem ele conversa diretamente. Outros governadores do campo de esquerda, como Flávio Dino (PCdoB-MA) e Rui Costa (PT-BA), já manifestaram publicamente simpatia por uma aliança com o ex-ministro cearense.
Patrocinador do encontro desta quinta-feira, Pimentel também concorda em particular com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), em busca de um acordo mútuo. Pelo acerto, o PT abriria mão da candidatura da vereadora Marília Arraes no Estado para apoiar a reeleição de Câmara. Em troca, o ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB) retiraria sua candidatura ao governo de Minas Gerais em favor da reeleição de Fernando Pimentel.
Os partidos buscam manter o governo em Estados considerados prioritários. Na terça-feira, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, teve encontro com a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e com o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). Embora haja conversas para consolidar o apoio mútuo, as candidaturas de Arraes e Lacerda não foram desmobilizadas. Ao contrário, estão mantidos eventos previstos para os próximos dias e não há a intenção de desistência.
Próximo de Ciro, Lacerda chegou a ser cogitado para a vaga de vice na chapa presidencial do PDT. A desistência do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa (PSB) em concorrer ao Planalto pode aproximar as siglas.
Traição. Toda essa movimentação contraria a cúpula petista. Reunido na segunda-feira, o comando do partido reafirmou a decisão de lançar a candidatura de Lula, ainda que ele esteja preso. Para dirigentes do PT, Lula deixou clara, em carta enviada ao partido, a pretensão de disputar. Na mensagem, o ex-presidente afirma que a desistência soaria como confissão de culpa.
Dirigentes petistas afirmam ainda que apoiar outro nome no momento em que não foram esgotados todos os recursos legais em defesa de Lula seria uma traição. Gleisi Hoffmann, inclusive, já está escalando integrantes do partido para coordenarem a campanha presidencial de Lula. Ela convidou o ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli e o ex-ministro Ricardo Berzoini para compor a equipe.
Articulação
Acordo. Líderes do PT e PSB identificaram a possibilidade de fechar alianças em dez Estados. Em Pernambuco, porém, o PT só abrirá mão da candidatura no Estado se o PSB apoiar Lula.
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