Gerson Camarotti
DEU EM O GLOBO
Caso aumentaria lista de contradições da petista que oposição pode explorar
BRASÍLIA. O depoimento da ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, na próxima semana, já preocupa a cúpula do Palácio do Planalto pelo potencial de estrago que pode causar à imagem da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Por avaliação reservada feita ontem por integrantes do núcleo do governo, em qualquer situação a imagem da ministra ficará desgastada com esse episódio.
Depoimento que corrobora o de Lina causa desconforto Na melhor das hipóteses, lembrou um auxiliar direto do presidente Lula, será a palavra de uma contra a outra. E, neste caso, sempre ficará a suspeita de que Dilma possa ter pedido a Lina que desse agilidade na investigação da Receita sobre as empresas da família Sarney. Causou desconforto o surgimento de um depoimento que reforça a versão de Lina para o episódio: o da chefe de gabinete da Receita, Iraneth Dias Weiler, que declarou ter visto a secretáriaexecutiva da Casa Civil, Erenice Guerra, no gabinete da exsecretária.
— Confio na Dilma. Por isso mesmo, faço questão de que a Lina relate sua suposta conversa com a ministra Dilma.
Vamos aprofundar todos os pontos — disse o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP).
A estratégia do governo é de tentar diminuir o impacto das acusações. No Planalto, todos dizem acreditar na versão de Dilma, que reafirmou que jamais teve esse encontro com Lina em seu gabinete. Por isso, a ordem é desqualificar o depoimento da ex-secretária da Receita no Senado. Integrantes do governo dizem suspeitar que haveria motivações políticas ocultas nas afirmações de Lina. Por isso, dizem, ela pode ser questionada até mesmo sobre uma eventual candidatura para um mandato parlamentar no próximo ano, pelo Rio Grande do Norte.
O temor do Planalto é que a oposição passe a criar uma imagem pública de que Dilma costuma entrar em contradições de versões em episódios polêmicos. A preocupação é que isso possa ser explorado de forma mais detalhada na campanha presidencial do próximo ano, já que a ministra é a candidata de Lula para sua sucessão. A própria oposição não esconde sua estratégia de utilizar alguns fatos recentes.
Entre os episódios que podem entrar na pauta da campanha do próximo ano está a polêmica em torno do seu currículo.
Recentemente, foi divulgado que, diferentemente do que afirmava em seu currículo, Dilma não tem o título de mestre nem estava fazendo doutorado.
Outro fato que deve ser usado refere-se ao dossiê da Casa Civil com os gastos com cartão corporativo na gestão do ex-presidente Fernando Henrique. Na ocasião, Dilma negou a existência do dossiê. Depois, foi comprovado que um funcionário da Casa Civil vazou os dados para a oposição.
DEU EM O GLOBO
Caso aumentaria lista de contradições da petista que oposição pode explorar
BRASÍLIA. O depoimento da ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, na próxima semana, já preocupa a cúpula do Palácio do Planalto pelo potencial de estrago que pode causar à imagem da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Por avaliação reservada feita ontem por integrantes do núcleo do governo, em qualquer situação a imagem da ministra ficará desgastada com esse episódio.
Depoimento que corrobora o de Lina causa desconforto Na melhor das hipóteses, lembrou um auxiliar direto do presidente Lula, será a palavra de uma contra a outra. E, neste caso, sempre ficará a suspeita de que Dilma possa ter pedido a Lina que desse agilidade na investigação da Receita sobre as empresas da família Sarney. Causou desconforto o surgimento de um depoimento que reforça a versão de Lina para o episódio: o da chefe de gabinete da Receita, Iraneth Dias Weiler, que declarou ter visto a secretáriaexecutiva da Casa Civil, Erenice Guerra, no gabinete da exsecretária.
— Confio na Dilma. Por isso mesmo, faço questão de que a Lina relate sua suposta conversa com a ministra Dilma.
Vamos aprofundar todos os pontos — disse o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP).
A estratégia do governo é de tentar diminuir o impacto das acusações. No Planalto, todos dizem acreditar na versão de Dilma, que reafirmou que jamais teve esse encontro com Lina em seu gabinete. Por isso, a ordem é desqualificar o depoimento da ex-secretária da Receita no Senado. Integrantes do governo dizem suspeitar que haveria motivações políticas ocultas nas afirmações de Lina. Por isso, dizem, ela pode ser questionada até mesmo sobre uma eventual candidatura para um mandato parlamentar no próximo ano, pelo Rio Grande do Norte.
O temor do Planalto é que a oposição passe a criar uma imagem pública de que Dilma costuma entrar em contradições de versões em episódios polêmicos. A preocupação é que isso possa ser explorado de forma mais detalhada na campanha presidencial do próximo ano, já que a ministra é a candidata de Lula para sua sucessão. A própria oposição não esconde sua estratégia de utilizar alguns fatos recentes.
Entre os episódios que podem entrar na pauta da campanha do próximo ano está a polêmica em torno do seu currículo.
Recentemente, foi divulgado que, diferentemente do que afirmava em seu currículo, Dilma não tem o título de mestre nem estava fazendo doutorado.
Outro fato que deve ser usado refere-se ao dossiê da Casa Civil com os gastos com cartão corporativo na gestão do ex-presidente Fernando Henrique. Na ocasião, Dilma negou a existência do dossiê. Depois, foi comprovado que um funcionário da Casa Civil vazou os dados para a oposição.
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