Lourival Sant'Anna
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Primeira-dama deixa para trás vida confortável, adota causa do marido e vira exemplo de luta na embaixada
A vida de Xiomara Castro de Zelaya tem sido uma montanha-russa desde que seu marido foi derrubado, na madrugada de 28 de junho. A primeira-dama, que coordenava os programas sociais do governo, assumiu a dianteira da "resistência", encabeçando as marchas que foram ao encontro de Manuel Zelaya nas duas tentativas frustradas de voltar ao país e na ocupação da embaixada brasileira. Há três semanas, Xiomara trocou o conforto da casa alugada no Valle de los Ángeles - ela não quis mais morar na sua casa, depois que o Exército a invadiu - pelo confinamento na missão brasileira em Tegucigalpa.
Xiomara é uma das pessoas mais bem-humoradas no sobrado, mesmo depois de uma semana de fracasso das negociações para a restituição do presidente deposto. "Por que estão desanimados?", perguntou aos jornalistas na manhã de sexta-feira. "Animem-se!" Xiomara diz que ela e o marido só souberam "por terceiros" do pleito do Brasil e da Organização dos Estados Americanos (OEA) para a remoção do casal da embaixada. Ela festejou os 49 anos no local e ainda não conheceu o neto Juan Manuel, que nasceu no dia 30.
"Desejávamos tanto o retorno de Mel", disse ela, usando o apelido pelo qual o presidente é conhecido. "Agora queremos que a família se junte de novo. Queremos voltar para casa, ter uma vida normal para nós e para o povo e queremos também que os criminosos tenham seu castigo. Aqui nos sentimos numa prisão."
Mas Xiomara não se queixa. Ela disse que a morte do jovem Isis Obed Murillo Mencía, de 19 anos, com um tiro de fuzil, durante manifestação contra o golpe em 5 de julho, e a reação de sua mãe, mudaram sua visão das coisas. "Fui visitar a mãe dele, e foi ela que me consolou", conta. "Ela me disse: "Tenho orgulho porque meu filho morreu para defender seus ideais. Vou voltar com meus outros filhos para apoiar a resistência"."
Segundo Xiomara, foi "a maior lição" de sua vida. "A partir desse dia, comprometi-me com a resistência. Meus filhos, minha mãe, a mãe de Mel e eu percorremos todo o país."
GUINADA
A primeira-dama, que conheceu Zelaya com 12 anos, começou a namorar com 15 e casou-se com 16, garante que seu marido, de 56 anos, nunca foi de esquerda. Seus críticos o acusam de ter abandonado os ideais de seu Partido Liberal e se convertido ao socialismo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, depois de ter chegado à presidência de Honduras.
"O presidente sempre se preocupou com os mais pobres", disse. "Nesses três anos e meio, ele reduziu a pobreza, impulsionou o crescimento econômico e desenvolveu a infraestrutura." Ao mesmo tempo, garante ela, "nunca os empresários tiveram tantos lucros".
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Primeira-dama deixa para trás vida confortável, adota causa do marido e vira exemplo de luta na embaixada
A vida de Xiomara Castro de Zelaya tem sido uma montanha-russa desde que seu marido foi derrubado, na madrugada de 28 de junho. A primeira-dama, que coordenava os programas sociais do governo, assumiu a dianteira da "resistência", encabeçando as marchas que foram ao encontro de Manuel Zelaya nas duas tentativas frustradas de voltar ao país e na ocupação da embaixada brasileira. Há três semanas, Xiomara trocou o conforto da casa alugada no Valle de los Ángeles - ela não quis mais morar na sua casa, depois que o Exército a invadiu - pelo confinamento na missão brasileira em Tegucigalpa.
Xiomara é uma das pessoas mais bem-humoradas no sobrado, mesmo depois de uma semana de fracasso das negociações para a restituição do presidente deposto. "Por que estão desanimados?", perguntou aos jornalistas na manhã de sexta-feira. "Animem-se!" Xiomara diz que ela e o marido só souberam "por terceiros" do pleito do Brasil e da Organização dos Estados Americanos (OEA) para a remoção do casal da embaixada. Ela festejou os 49 anos no local e ainda não conheceu o neto Juan Manuel, que nasceu no dia 30.
"Desejávamos tanto o retorno de Mel", disse ela, usando o apelido pelo qual o presidente é conhecido. "Agora queremos que a família se junte de novo. Queremos voltar para casa, ter uma vida normal para nós e para o povo e queremos também que os criminosos tenham seu castigo. Aqui nos sentimos numa prisão."
Mas Xiomara não se queixa. Ela disse que a morte do jovem Isis Obed Murillo Mencía, de 19 anos, com um tiro de fuzil, durante manifestação contra o golpe em 5 de julho, e a reação de sua mãe, mudaram sua visão das coisas. "Fui visitar a mãe dele, e foi ela que me consolou", conta. "Ela me disse: "Tenho orgulho porque meu filho morreu para defender seus ideais. Vou voltar com meus outros filhos para apoiar a resistência"."
Segundo Xiomara, foi "a maior lição" de sua vida. "A partir desse dia, comprometi-me com a resistência. Meus filhos, minha mãe, a mãe de Mel e eu percorremos todo o país."
GUINADA
A primeira-dama, que conheceu Zelaya com 12 anos, começou a namorar com 15 e casou-se com 16, garante que seu marido, de 56 anos, nunca foi de esquerda. Seus críticos o acusam de ter abandonado os ideais de seu Partido Liberal e se convertido ao socialismo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, depois de ter chegado à presidência de Honduras.
"O presidente sempre se preocupou com os mais pobres", disse. "Nesses três anos e meio, ele reduziu a pobreza, impulsionou o crescimento econômico e desenvolveu a infraestrutura." Ao mesmo tempo, garante ela, "nunca os empresários tiveram tantos lucros".
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