DEU NO BLOG POSSIBILIDADEAS DA POLÍTICA
Devo ao jornalista Miguel Conde, do Caderno Prosa & Verso, de O Globo, a excelente entrevista publicada na edição de 13/03/2010 do jornal. Vou reproduzi-la abaixo, na expectativa de que isso ajude a fazê-la circular.
A entrevista, concedida por e-mail, foi feita tendo por base a segunda edição do meu livro sobre Nabuco: O Encontro de Joaquim Nabuco com a política: as desventuras do liberalismo, Ed. Paz e Terra, que acaba de chegar às livrarias.
“Apresentado originalmente como tese de doutorado na USP e publicado pela primeira vez em 1984, o livro de Marco Aurélio Nogueira é um marco nos estudos sobre a atuação política de Joaquim Nabuco e a configuração do liberalismo na sociedade brasileira. No livro, publicado agora em nova edição com um prefácio escrito por Cristovam Buarque, Nogueira mostra como o liberalismo é adaptado pelas elites políticas brasileiras para acomodar-se ao sistema escravista do país, e assinala a originalidade do abolicionismo de Nabuco dentro desse contexto.
O Globo: Em que contexto e por que motivos o senhor decidiu estudar a relação de Nabuco com a política de seu tempo?
Marco Aurélio Nogueira: O estudo foi feito na primeira metade dos anos 1980, e desde então nunca mais deixei de me interessar pelo tema. Naquela época, era importante saber de que modo os liberais brasileiros participariam das lutas democráticas que se anunciavam no país, em oposição à ditadura. E um recuo no tempo mostrava-se sugestivo para compreender a questão em termos mais amplos. Por sua vez, Nabuco era um personagem ainda não muito abordado pela pesquisa universitária, ainda que já gozasse de justa fama como intelectual e tribuno liberal. Valia a pena (como continua valendo ainda hoje) procurar compreendê-lo criticamente, vendo seus limites, suas virtudes, suas contradições – coisa que só poderia ser feita se se privilegiasse a relação dele com o seu tempo e as suas circunstâncias. Havia também a campanha abolicionista – feita por ele e vários outros –, que foi um momento marcante na história brasileira, seja pelo que conteve de impulso reformador no plano social, seja pelo papel que desempenhou em nossa revolução burguesa, quer dizer, no processo que preparou o país para o capitalismo industrial do século XX. Talvez tenha sido o movimento que mais longe levou a promessa democrática e republicana de uma sociedade integrada por iguais cidadãos. Fracassou, ou não cumpriu todas as suas promessas, mas deixou uma marca no país. Era importante ver em que medida a luta pela redemocratização dos anos 1980 deitava raízes em outros momentos “épicos” da política brasileira.
Há uma constância das posições políticas de Joaquim Nabuco durante sua atuação pública? Como defini-las?
Nogueira: Nabuco foi liberal radical no abolicionismo. Pôs-se na “vanguarda da revolução burguesa” que se anunciava naqueles anos, como digo no livro. Mas ele era monarquista e, com a atenuação drástica das promessas da abolição e depois com a implantação da República, foi projetado para a margem da vida política. Talvez não tenha sabido lidar bem com isso, ele que se acostumara a ocupar o primeiro plano; recolhe-se e hiberna por uma década, período em que revê algumas de suas opções e reformula seu liberalismo. Torna-se mais conservador e é com essa bagagem que volta à diplomacia, no final do século. Há uma sinuosidade evidente em sua trajetória, uma oscilação entre um liberalismo mais social, radical, e um liberalismo mais conservador. Mas não há dois ou mais Nabucos. O personagem manteve-se apoiado em eixos doutrinários consistentes, que lhe deram unidade e personalidade própria. Suas posições políticas acompanharam a sinuosidade da sociedade, tentaram traduzi-la, refletiram a preocupação de interferir nela, direcioná-la. Tanto que, após a abolição, Nabuco procurará fazer da política externa (o pan-americanismo) a sua principal trava de sustentação. Foi como se percebesse que o processo de construção do Estado, que passara pela reforma social, necessitava também de um reposicionamento do país na arena internacional. A personalidade multifacetada de Nabuco jamais esteve solta no ar, arrastada pelas circunstâncias históricas ou por seus dilemas pessoais. Ela refletiu por certo tais dilemas e circunstâncias, mas esteve animada por um mesmo tipo de relação com o mundo e por uma mesma concepção ideal, que deram unidade e articulação à sua biografia. Existiu sempre um mesmo e único personagem, portador de um liberalismo suficientemente elástico para acompanhar as mudanças históricas sem perder coerência. Se houve radicalismo na primeira fase e conservadorismo na última, isso se deveu ao próprio padrão do liberalismo brasileiro, aos ritmos do processo social e aos desafios que se impuseram aos intelectuais e políticos do país.
Qual foi o significado, para Nabuco, da proclamação da República em 1889?
Nogueira: A República foi um jato de água fria em Nabuco. Ele acreditou até o fim que a abolição dos escravos carrearia largo apoio popular para a Monarquia. Não percebeu que os escravos estavam impossibilitados de agir para sustentar regimes, e que aqueles que podiam fazer isso eram precisamente os proprietários de escravos, que apoiaram a República para se “vingar” da Monarquia. Além disso, a Monarquia chegou exaurida a 1889, sem agilidade para acompanhar as mudanças sociais. Foi engolida pela dinâmica da vida, e Nabuco não conseguiu compreender direito isso. Ele, no entanto, percebia com clareza que a República não poderia neutralizar o germe da fragmentação que atacava a sociedade, espalhada por um território muito grande e sem muitos pontos de coordenação e articulação. O novo regime, na verdade, para ele, seguiria o exemplo das demais repúblicas latino-americanas: acabaria por se oligarquizar. A história da Primeira República brasileira, de resto, não desmente isso, como sabemos.
De que maneira a figura de Joaquim Nabuco permite estudar o modo como se configurou o liberalismo no Brasil?
Nogueira: O abolicionista Nabuco tem muito que dizer sobre as questões e os dilemas com que nos debatemos hoje, em nossa República consolidada, antes de tudo sobre o modo como temos praticado a reforma social, e buscado construir uma sociedade que inclua de fato todos os seus integrantes. Ele foi abolicionista sem deixar de ser liberal, o que demonstra que liberais coerentes podem abraçar a questão social, ou ao menos não se omitirem perante ela. Terá sido Nabuco uma exceção, um liberal atípico, ovelha negra de uma família ideológica inteira que flutuou sobre as questões mais candentes da constituição da nacionalidade ou que as considerou exclusivamente en passant, sem o devido empenho e a necessária radicalidade? Ou sua própria sinuosidade reflete à perfeição as oscilações do liberalismo? O modo como Nabuco abordou a questão social de seu tempo e buscou teorizá-la projetou-o para além do liberalismo, que sempre foi seu berço e sua estrutura mental. Fez de Nabuco um liberal social, ave rara neste universo tipicamente concentrado na defesa do indivíduo abstrato, de liberdades e direitos concebidos como atributos naturais a-históricos, portanto imprecisamente estabelecidos. Não deixaria de ser liberal, seria somente um liberal diferente, à frente de sua época e de seus companheiros de fé. Um personagem que tenderia a ser tratado como livre-atirador, um outsider, um estranho em sua própria cotterie. No panteão dos grandes liberais brasileiros, Nabuco não figura com o destaque merecido, a não ser de modo bobamente apologético ou à custa de operações seletivas discutíveis, como a que elege sua trajetória posterior à abolição, seu monarquismo ou mesmo suas convicções pan-americanistas tardias como expressando o “verdadeiro” veio liberal de sua personalidade.
Devo ao jornalista Miguel Conde, do Caderno Prosa & Verso, de O Globo, a excelente entrevista publicada na edição de 13/03/2010 do jornal. Vou reproduzi-la abaixo, na expectativa de que isso ajude a fazê-la circular.
A entrevista, concedida por e-mail, foi feita tendo por base a segunda edição do meu livro sobre Nabuco: O Encontro de Joaquim Nabuco com a política: as desventuras do liberalismo, Ed. Paz e Terra, que acaba de chegar às livrarias.
“Apresentado originalmente como tese de doutorado na USP e publicado pela primeira vez em 1984, o livro de Marco Aurélio Nogueira é um marco nos estudos sobre a atuação política de Joaquim Nabuco e a configuração do liberalismo na sociedade brasileira. No livro, publicado agora em nova edição com um prefácio escrito por Cristovam Buarque, Nogueira mostra como o liberalismo é adaptado pelas elites políticas brasileiras para acomodar-se ao sistema escravista do país, e assinala a originalidade do abolicionismo de Nabuco dentro desse contexto.
O Globo: Em que contexto e por que motivos o senhor decidiu estudar a relação de Nabuco com a política de seu tempo?
Marco Aurélio Nogueira: O estudo foi feito na primeira metade dos anos 1980, e desde então nunca mais deixei de me interessar pelo tema. Naquela época, era importante saber de que modo os liberais brasileiros participariam das lutas democráticas que se anunciavam no país, em oposição à ditadura. E um recuo no tempo mostrava-se sugestivo para compreender a questão em termos mais amplos. Por sua vez, Nabuco era um personagem ainda não muito abordado pela pesquisa universitária, ainda que já gozasse de justa fama como intelectual e tribuno liberal. Valia a pena (como continua valendo ainda hoje) procurar compreendê-lo criticamente, vendo seus limites, suas virtudes, suas contradições – coisa que só poderia ser feita se se privilegiasse a relação dele com o seu tempo e as suas circunstâncias. Havia também a campanha abolicionista – feita por ele e vários outros –, que foi um momento marcante na história brasileira, seja pelo que conteve de impulso reformador no plano social, seja pelo papel que desempenhou em nossa revolução burguesa, quer dizer, no processo que preparou o país para o capitalismo industrial do século XX. Talvez tenha sido o movimento que mais longe levou a promessa democrática e republicana de uma sociedade integrada por iguais cidadãos. Fracassou, ou não cumpriu todas as suas promessas, mas deixou uma marca no país. Era importante ver em que medida a luta pela redemocratização dos anos 1980 deitava raízes em outros momentos “épicos” da política brasileira.
Há uma constância das posições políticas de Joaquim Nabuco durante sua atuação pública? Como defini-las?
Nogueira: Nabuco foi liberal radical no abolicionismo. Pôs-se na “vanguarda da revolução burguesa” que se anunciava naqueles anos, como digo no livro. Mas ele era monarquista e, com a atenuação drástica das promessas da abolição e depois com a implantação da República, foi projetado para a margem da vida política. Talvez não tenha sabido lidar bem com isso, ele que se acostumara a ocupar o primeiro plano; recolhe-se e hiberna por uma década, período em que revê algumas de suas opções e reformula seu liberalismo. Torna-se mais conservador e é com essa bagagem que volta à diplomacia, no final do século. Há uma sinuosidade evidente em sua trajetória, uma oscilação entre um liberalismo mais social, radical, e um liberalismo mais conservador. Mas não há dois ou mais Nabucos. O personagem manteve-se apoiado em eixos doutrinários consistentes, que lhe deram unidade e personalidade própria. Suas posições políticas acompanharam a sinuosidade da sociedade, tentaram traduzi-la, refletiram a preocupação de interferir nela, direcioná-la. Tanto que, após a abolição, Nabuco procurará fazer da política externa (o pan-americanismo) a sua principal trava de sustentação. Foi como se percebesse que o processo de construção do Estado, que passara pela reforma social, necessitava também de um reposicionamento do país na arena internacional. A personalidade multifacetada de Nabuco jamais esteve solta no ar, arrastada pelas circunstâncias históricas ou por seus dilemas pessoais. Ela refletiu por certo tais dilemas e circunstâncias, mas esteve animada por um mesmo tipo de relação com o mundo e por uma mesma concepção ideal, que deram unidade e articulação à sua biografia. Existiu sempre um mesmo e único personagem, portador de um liberalismo suficientemente elástico para acompanhar as mudanças históricas sem perder coerência. Se houve radicalismo na primeira fase e conservadorismo na última, isso se deveu ao próprio padrão do liberalismo brasileiro, aos ritmos do processo social e aos desafios que se impuseram aos intelectuais e políticos do país.
Qual foi o significado, para Nabuco, da proclamação da República em 1889?
Nogueira: A República foi um jato de água fria em Nabuco. Ele acreditou até o fim que a abolição dos escravos carrearia largo apoio popular para a Monarquia. Não percebeu que os escravos estavam impossibilitados de agir para sustentar regimes, e que aqueles que podiam fazer isso eram precisamente os proprietários de escravos, que apoiaram a República para se “vingar” da Monarquia. Além disso, a Monarquia chegou exaurida a 1889, sem agilidade para acompanhar as mudanças sociais. Foi engolida pela dinâmica da vida, e Nabuco não conseguiu compreender direito isso. Ele, no entanto, percebia com clareza que a República não poderia neutralizar o germe da fragmentação que atacava a sociedade, espalhada por um território muito grande e sem muitos pontos de coordenação e articulação. O novo regime, na verdade, para ele, seguiria o exemplo das demais repúblicas latino-americanas: acabaria por se oligarquizar. A história da Primeira República brasileira, de resto, não desmente isso, como sabemos.
De que maneira a figura de Joaquim Nabuco permite estudar o modo como se configurou o liberalismo no Brasil?
Nogueira: O abolicionista Nabuco tem muito que dizer sobre as questões e os dilemas com que nos debatemos hoje, em nossa República consolidada, antes de tudo sobre o modo como temos praticado a reforma social, e buscado construir uma sociedade que inclua de fato todos os seus integrantes. Ele foi abolicionista sem deixar de ser liberal, o que demonstra que liberais coerentes podem abraçar a questão social, ou ao menos não se omitirem perante ela. Terá sido Nabuco uma exceção, um liberal atípico, ovelha negra de uma família ideológica inteira que flutuou sobre as questões mais candentes da constituição da nacionalidade ou que as considerou exclusivamente en passant, sem o devido empenho e a necessária radicalidade? Ou sua própria sinuosidade reflete à perfeição as oscilações do liberalismo? O modo como Nabuco abordou a questão social de seu tempo e buscou teorizá-la projetou-o para além do liberalismo, que sempre foi seu berço e sua estrutura mental. Fez de Nabuco um liberal social, ave rara neste universo tipicamente concentrado na defesa do indivíduo abstrato, de liberdades e direitos concebidos como atributos naturais a-históricos, portanto imprecisamente estabelecidos. Não deixaria de ser liberal, seria somente um liberal diferente, à frente de sua época e de seus companheiros de fé. Um personagem que tenderia a ser tratado como livre-atirador, um outsider, um estranho em sua própria cotterie. No panteão dos grandes liberais brasileiros, Nabuco não figura com o destaque merecido, a não ser de modo bobamente apologético ou à custa de operações seletivas discutíveis, como a que elege sua trajetória posterior à abolição, seu monarquismo ou mesmo suas convicções pan-americanistas tardias como expressando o “verdadeiro” veio liberal de sua personalidade.
O que há de mais peculiar no liberalismo à brasileira?
Nogueira: Creio que é seu caráter espasmódico, ora sensível à agenda social, ora alheio a ela, uma corrente de idéias e valores inquestionavelmente decisiva na história nacional mas que não teve como desempenhar, entre nós, o mesmo papel revolucionário – forjador de um Estado aberto para a democracia e de uma comunidade composta por homens e mulheres iguais, livres e fraternos – que o projetou como verdadeiro esteio cultural da humanidade moderna. Nosso liberalismo, deste ponto de vista, é desventurado.
O senhor concorda com a noção de Roberto Schwarz de que no Brasil da época de Nabuco o liberalismo era uma "ideia fora do lugar"?
Nogueira: A expressão de Schwarz está consagrada, mas ainda comporta contínuas discussões. Não há, a rigor, ideias “fora de lugar”, e não creio que Schwarz tenha querido dizer isso com sua metáfora. O que há são ideias que, elaboradas num patamar específico da histórica universal (como o liberalismo), são obrigadas a sofrer ajustes e adaptações para continuar dialogando com os contextos particulares em que se busca adotá-las. O liberalismo teve de conviver com a escravidão no Brasil, fato que agredia um de seus principais preceitos. Como foi possível isso? Sacrificando parte da coerência da doutrina, que de certo modo terminou por ficar falseada. Poder-se-ia dizer que os liberais fingiram não ver aquilo que contradizia suas convicções ou que racionalizaram tais contradições, redefinindo seu peso relativo.
Essa configuração particular do liberalismo se mantém importante para pensarmos a política atual? De que maneira?
Nogueira: Mantém-se importantíssima, talvez até mais do que antes. A política brasileira atual não poderá prescindir dos liberais, mas não avançará se os liberais não ganharem vigor e coerência doutrinária. Se simplesmente continuar se reproduzindo o liberalismo espasmódico que tem prevalecido na história – ora impetuoso e reformista, ora indiferente e antidemocrático, em alguns momentos traduzido como liberalismo político, em outros aprisionado pelo laissez-faire –, a política como um todo sairá perdendo.
Nogueira: Creio que é seu caráter espasmódico, ora sensível à agenda social, ora alheio a ela, uma corrente de idéias e valores inquestionavelmente decisiva na história nacional mas que não teve como desempenhar, entre nós, o mesmo papel revolucionário – forjador de um Estado aberto para a democracia e de uma comunidade composta por homens e mulheres iguais, livres e fraternos – que o projetou como verdadeiro esteio cultural da humanidade moderna. Nosso liberalismo, deste ponto de vista, é desventurado.
O senhor concorda com a noção de Roberto Schwarz de que no Brasil da época de Nabuco o liberalismo era uma "ideia fora do lugar"?
Nogueira: A expressão de Schwarz está consagrada, mas ainda comporta contínuas discussões. Não há, a rigor, ideias “fora de lugar”, e não creio que Schwarz tenha querido dizer isso com sua metáfora. O que há são ideias que, elaboradas num patamar específico da histórica universal (como o liberalismo), são obrigadas a sofrer ajustes e adaptações para continuar dialogando com os contextos particulares em que se busca adotá-las. O liberalismo teve de conviver com a escravidão no Brasil, fato que agredia um de seus principais preceitos. Como foi possível isso? Sacrificando parte da coerência da doutrina, que de certo modo terminou por ficar falseada. Poder-se-ia dizer que os liberais fingiram não ver aquilo que contradizia suas convicções ou que racionalizaram tais contradições, redefinindo seu peso relativo.
Essa configuração particular do liberalismo se mantém importante para pensarmos a política atual? De que maneira?
Nogueira: Mantém-se importantíssima, talvez até mais do que antes. A política brasileira atual não poderá prescindir dos liberais, mas não avançará se os liberais não ganharem vigor e coerência doutrinária. Se simplesmente continuar se reproduzindo o liberalismo espasmódico que tem prevalecido na história – ora impetuoso e reformista, ora indiferente e antidemocrático, em alguns momentos traduzido como liberalismo político, em outros aprisionado pelo laissez-faire –, a política como um todo sairá perdendo.
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