DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
País teme que Brasil vire 'santuário' para integrantes da guerrilha esquerdista planejarem operações
Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo
GENEBRA- O Paraguai teme que o Brasil se transforme em um "santuário" para membros do Exército do Povo Paraguaio (EPP) e quer que a ONU declare como ilegal o status de refugiado dado por Brasília a três supostos membros do grupo.
A diplomacia paraguaia levará o caso também à Organização dos Estados Americanos (OEA) e confirma que parte das informações de que o Paraguai dispõe hoje sobre o grupo acusado de sequestros e assassinatos foi passada pela própria Polícia Federal brasileira em uma ação de escuta no território vizinho.
A delegação paraguaia entregará hoje à ONU uma carta em que dirá que "o refúgio não pode ser sinônimo de impunidade". No fim de semana, o Congresso do Paraguai decretou estado de exceção em cinco departamentos diante da atuação do EPP. Na ONU, Assunção ainda mostrará documentos que ligam as atividades do grupo às Farc, na Colômbia.
O problema, segundo os paraguaios, é que o Brasil se recusa a rever a decisão que tomou há seis anos, concedendo status de refugiado político aos paraguaios Juan Arrom, Anuncio Martí e Víctor Colmán, supostos integrantes do EPP com posições de alto escalão na estrutura do grupo.
Ao Estado, a assessoria de imprensa da ONU confirmou que a entidade não tem o poder de cancelar o status de refugiado dado pelo Brasil. Mas poderá emitir um parecer.
Os paraguaios querem então usar o parecer para pressionar o Ministério da Justiça a levar em consideração seu pleito, já que alegam que os beneficiados do status de refugiados são membros chave do EPP e que usam o território brasileiro para coordenar a ação do grupo. A meta é a de conseguir a extradição dos acusados para que sejam levados à corte no Paraguai por "delitos comuns".
Polícia Federal
Segundo os paraguaios, a própria PF brasileira já constatou a atuação de caráter criminoso do EPP. O serviço de inteligência da Polícia Federal brasileira teria atuado no Paraguai para realizar escutas telefônicas por 45 dias. Seis oficiais brasileiros desembarcaram no país ainda em dezembro e usaram um avião da Força Aérea Brasileira, atuando em Assunção e Paso Barreto.
Três grupos de escuta foram estabelecidos, com meta de interceptar comunicações dos membros do EPP. A partir da informação coletada, a PF iniciou a busca por tentar localizar de onde vinham as chamadas, o que indicaria o local de acampamento do EPP. O resultado do trabalho indicou que o acampamento ficava na região de Puerto Casado. O serviço secreto colombiano também cooperou na operação.
País teme que Brasil vire 'santuário' para integrantes da guerrilha esquerdista planejarem operações
Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo
GENEBRA- O Paraguai teme que o Brasil se transforme em um "santuário" para membros do Exército do Povo Paraguaio (EPP) e quer que a ONU declare como ilegal o status de refugiado dado por Brasília a três supostos membros do grupo.
A diplomacia paraguaia levará o caso também à Organização dos Estados Americanos (OEA) e confirma que parte das informações de que o Paraguai dispõe hoje sobre o grupo acusado de sequestros e assassinatos foi passada pela própria Polícia Federal brasileira em uma ação de escuta no território vizinho.
A delegação paraguaia entregará hoje à ONU uma carta em que dirá que "o refúgio não pode ser sinônimo de impunidade". No fim de semana, o Congresso do Paraguai decretou estado de exceção em cinco departamentos diante da atuação do EPP. Na ONU, Assunção ainda mostrará documentos que ligam as atividades do grupo às Farc, na Colômbia.
O problema, segundo os paraguaios, é que o Brasil se recusa a rever a decisão que tomou há seis anos, concedendo status de refugiado político aos paraguaios Juan Arrom, Anuncio Martí e Víctor Colmán, supostos integrantes do EPP com posições de alto escalão na estrutura do grupo.
Ao Estado, a assessoria de imprensa da ONU confirmou que a entidade não tem o poder de cancelar o status de refugiado dado pelo Brasil. Mas poderá emitir um parecer.
Os paraguaios querem então usar o parecer para pressionar o Ministério da Justiça a levar em consideração seu pleito, já que alegam que os beneficiados do status de refugiados são membros chave do EPP e que usam o território brasileiro para coordenar a ação do grupo. A meta é a de conseguir a extradição dos acusados para que sejam levados à corte no Paraguai por "delitos comuns".
Polícia Federal
Segundo os paraguaios, a própria PF brasileira já constatou a atuação de caráter criminoso do EPP. O serviço de inteligência da Polícia Federal brasileira teria atuado no Paraguai para realizar escutas telefônicas por 45 dias. Seis oficiais brasileiros desembarcaram no país ainda em dezembro e usaram um avião da Força Aérea Brasileira, atuando em Assunção e Paso Barreto.
Três grupos de escuta foram estabelecidos, com meta de interceptar comunicações dos membros do EPP. A partir da informação coletada, a PF iniciou a busca por tentar localizar de onde vinham as chamadas, o que indicaria o local de acampamento do EPP. O resultado do trabalho indicou que o acampamento ficava na região de Puerto Casado. O serviço secreto colombiano também cooperou na operação.
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