DEU EM O GLOBO
Estratégia do PSDB de subir o tom visa recuperar pontos nas pesquisas. Petista explora sua ligação com Lula
Leila Suwwan, Cristiane Jungblut e Gerson Camarotti
SÃO PAULO e BRASÍLIA. A campanha de José Serra (PSDB) escolheu os programas de rádio como arena para a escalada do embate político, que promete ironias e farpas para provocar dúvidas sobre Dilma Rousseff (PT). Com jingles e uma "mesa redonda", as peças tucanas tentam emplacar a ideia de que a petista "usurpa" conquistas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As reações da campanha de Dilma serão incorporadas pelo programa tucano quase em tempo real, como ocorreu ontem, quando o personagem Ari fez piada com a desconfiança petista de que sua voz era parecida com a de Lula.
- Minha voz parecida com a de Lula? Só se for porque elogiei Serra. Tem que elogiar mesmo, até o presidente já elogiou.
A estratégia não será aplicada na televisão, que foca na imagem positiva de Serra, e onde um diálogo provocativo pareceria mais agressivo.
Ontem, no rádio, os tucanos repetiram o jingle "Lula tá saindo, é o Zé que quero lá" e apresentaram um novo, "Dilma pegou o bonde". Ela é acusada de apropriação ilegítima: "Diz que é dona de tudo, o Brasil inteirinho foi ela que fez", "tira a mão do trabalho do Lula, tá pegando mal" e "aquilo que é coisa do Lula a Dilma diz é meu, é meu".
A opção de subir o tom é uma decisão estratégica do PSDB, como um dos últimos recursos para que o tucano recupere pontos nas pesquisas. O partido identificou que os eleitores veem o perfil de Serra semelhante ao de Dilma: técnicos, sisudos e com imagem de competentes. Assim, o apoio de Lula passou a desequilibrar em favor de Dilma.
Pelo Ibope/TV Globo, Serra já está com intenção de votos (32%) abaixo de seu piso histórico, que, desde 2007, não havia sido inferior a 35%. Por isso, era preciso uma postura mais contundente, disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra:
- Não bastava o choque de biografias. Era preciso se diferenciar para atrair eleitores.
Já o programa de Dilma explora sua ligação com o presidente. Foram apresentados como "nossos presidentes, o atual e a futura". Lula pede votos:
- Tenho certeza de que saltos ainda maiores vão acontecer no seu governo.
Um dos jingles compara as biografias de Dilma e Lula: "Ele nasceu em Pernambuco, ela em Minas Gerais. Ele era muito pobre, ela tinha um pouco mais, mas os mesmos ideais de uma causa muito nobre". Já Marina falou de sua biografia. O locutor destacou a infância pobre no Acre, os problemas de saúde e a luta ao lado de Chico Mendes.
Estratégia do PSDB de subir o tom visa recuperar pontos nas pesquisas. Petista explora sua ligação com Lula
Leila Suwwan, Cristiane Jungblut e Gerson Camarotti
SÃO PAULO e BRASÍLIA. A campanha de José Serra (PSDB) escolheu os programas de rádio como arena para a escalada do embate político, que promete ironias e farpas para provocar dúvidas sobre Dilma Rousseff (PT). Com jingles e uma "mesa redonda", as peças tucanas tentam emplacar a ideia de que a petista "usurpa" conquistas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As reações da campanha de Dilma serão incorporadas pelo programa tucano quase em tempo real, como ocorreu ontem, quando o personagem Ari fez piada com a desconfiança petista de que sua voz era parecida com a de Lula.
- Minha voz parecida com a de Lula? Só se for porque elogiei Serra. Tem que elogiar mesmo, até o presidente já elogiou.
A estratégia não será aplicada na televisão, que foca na imagem positiva de Serra, e onde um diálogo provocativo pareceria mais agressivo.
Ontem, no rádio, os tucanos repetiram o jingle "Lula tá saindo, é o Zé que quero lá" e apresentaram um novo, "Dilma pegou o bonde". Ela é acusada de apropriação ilegítima: "Diz que é dona de tudo, o Brasil inteirinho foi ela que fez", "tira a mão do trabalho do Lula, tá pegando mal" e "aquilo que é coisa do Lula a Dilma diz é meu, é meu".
A opção de subir o tom é uma decisão estratégica do PSDB, como um dos últimos recursos para que o tucano recupere pontos nas pesquisas. O partido identificou que os eleitores veem o perfil de Serra semelhante ao de Dilma: técnicos, sisudos e com imagem de competentes. Assim, o apoio de Lula passou a desequilibrar em favor de Dilma.
Pelo Ibope/TV Globo, Serra já está com intenção de votos (32%) abaixo de seu piso histórico, que, desde 2007, não havia sido inferior a 35%. Por isso, era preciso uma postura mais contundente, disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra:
- Não bastava o choque de biografias. Era preciso se diferenciar para atrair eleitores.
Já o programa de Dilma explora sua ligação com o presidente. Foram apresentados como "nossos presidentes, o atual e a futura". Lula pede votos:
- Tenho certeza de que saltos ainda maiores vão acontecer no seu governo.
Um dos jingles compara as biografias de Dilma e Lula: "Ele nasceu em Pernambuco, ela em Minas Gerais. Ele era muito pobre, ela tinha um pouco mais, mas os mesmos ideais de uma causa muito nobre". Já Marina falou de sua biografia. O locutor destacou a infância pobre no Acre, os problemas de saúde e a luta ao lado de Chico Mendes.
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