"Veja" denuncia que ex-ministro usa influência e despacha em Brasília
BRASÍLIA. Com os direitos políticos cassados e réu no processo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu mantém seu poder como comandante do PT e usa sua influência para conspirar contra a presidente Dilma, afirma reportagem publicada pela "Veja" desta semana. Imagens com data e horário divulgadas pela revista revelaram encontros de Dirceu com o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), parlamentares e integrantes do primeiro escalão do governo, em um quarto do Hotel Naoum, em Brasília, embora formalmente sem vínculo com o Planalto.
Nas imagens, é possível ver o ministro Pimentel, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e os senadores petistas Delcídio Amaral (MT), Walter Pinheiro (BA) e Lindbergh Farias (RJ) chegando ao quarto de hotel do ex-ministro, que é advogado e, atualmente, presta serviços como consultor.
A romaria ao "gabinete" de Dirceu ocorreu entre 6 e 8 de junho, em plena crise que culminou com o pedido de demissão do ex-ministro Antonio Palocci, substituído após a divulgação de sua evolução patrimonial.
No dia 8 de junho, às 8h58m, Dirceu recebeu a visita do ministro do Desenvolvimento, que permaneceu no quarto do hotel por 28 minutos. Perguntado sobre o encontro, Pimentel disse não se lembrar do assunto e nem de quem partiu a iniciativa da reunião. Mas admitiu falar com frequência com o ex-ministro sobre o contexto brasileiro.
No dia 6, às 15h30, Gabrielli foi até o quarto de Dirceu, e ficou por meia hora. Segundo a "Veja", Dirceu represena empresas com interesses na Petrobras. Gabrielli, por sua vez, estaria atrás de apoio para se manter no cargo, segundo a revista.
Nos dias 7 e 8, após o acerto para que Gleisi Hoffmann sucedesse Palocci, já se anunciava a saída de Luiz Sérgio da Secretaria de Relações Institucionais. Foi quando Dirceu recebeu os deputados petistas Devanir Ribeiro (SP) e Cândido Vaccarezza (SP), este último cotado para a vaga. O ex-ministro estaria atuando contra Palocci e fez lobby para Vaccarezza assumir o cargo, mas a presidente Dilma nomeou Ideli Salvatti.
Passaram pelo quarto de Dirceu o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) e o ex-senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO). A diária de R$500 seria paga pelo escritório do advogado Hélio Madalena, ex-assessor do ex-ministro.
FONTE: O GLOBO
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