Líder petista reage e defende mudanças feitas pela presidente
Fernanda Krakovics
BRASÍLIA - A oposição acusou ontem a presidente Dilma Rousseff de fazer uma reforma ministerial pautada por sua campanha à reeleição, e não por preocupações com a qualidade técnica de sua equipe. Parlamentares do PSDB, DEM e PPS também afirmaram que Dilma jogou fora a faxina ética promovida em seu governo, em 2011, ao nomear Manoel Dias para o Ministério do Trabalho. Ele foi uma indicação do presidente do PDT, Carlos Lupi, que deixou a mesma pasta sob acusações de corrupção.
Pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o senador Aécio Neves (MG) criticou o que chamou de inchaço da máquina federal e afirmou que a busca pela eficiência foi substituída pela "lógica da reeleição":
- Nas democracias, as reformas ministeriais costumam ter como objetivo corrigir rumos, melhorar a eficiência da administração e, quando possível, diminuir o peso da máquina pública. No governo da presidente Dilma ocorre o contrário. A máquina só faz inchar e a busca pela eficiência foi substituída pela lógica da reeleição. Ao que parece, a prioridade é garantir segundos a mais na propaganda eleitoral ao invés de fazer o governo funcionar. Quem paga a conta sempre são os brasileiros.
Presidente do PPS, o deputado Roberto Freire (SP) criticou a indicação do aliado de Lupi.
- É uma tentativa de manter o PDT na base. Para isso, ela teve que fazer acerto com aquele que tinha colocado para fora (Lupi), bancando a faxineira. Faxina coisa nenhuma - disse Freire.
- Essa reforma é uma coisa só: fixação de partidos em torno da candidatura dela. É meramente política. Quem esperava reforma técnica pode perder as esperanças. Nesses dois próximos anos, o governo não será para o Brasil, e sim voltado para a reeleição dela - disse o presidente do DEM, senador José Agripino (RN).
O senador tucano Álvaro Dias (PR) disparou:
- É loteamento evidente, sem preocupação com eficiência. É distribuição de cargos em busca de apoio. É a antirreforma.
As críticas não se resumiram à oposição. Da ala independente do PDT, o senador Cristovam Buarque (DF) não gostou da mudança:
- Por que Dilma muda ministro do PDT na véspera da convenção do PDT? Por que a direção do PDT aceita? Viramos puxadinho do Planalto!
O senador Pedro Taques (PDT-MT) ironizou:
- O ministro pode ser até certo. Mas o governo é errado.
O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu as trocas e criticou a oposição:
- Quem só pensa em eleição é a oposição, porque tudo que ocorre eles falam que tem a ver com eleição. E, no caso do Aécio, ele devia era estar comemorando a entrada de um mineiro no ministério.
Fonte: O Globo
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