O Brasil está desde janeiro de 1995 com um sistema de governo e político mais ou menos estável. Houve eleições diretas para presidente. FHC e Lula ficaram oito anos cada um. Agora, Dilma Rousseff comanda.
Para o Brasil é uma eternidade, mas, em termos históricos, 18 anos é um período curto quando se trata de construir uma nação. Por essa razão, é compreensível que em um setor tenha havido pouca evolução até agora: a gestão política dos governos.
Ao assumir em 1995, FHC abraçou com paixão o modelo fisiológico franciscano do "é dando que se recebe". O país estava saindo da hiperinflação. O Estado estava em frangalhos. Ou o tucano aceitava compor com o centro conservador ou sairia pelo ralo como outros tantos.
Oito anos depois veio Lula, em 2003. Agentes financeiros espalharam pânico pelo mercado. A expectativa de inflação disparou. O filme se repetiu: ou Lula colocava no colo parte da "vanguarda do atraso" usada por FHC ou também poderia fracassar. Era a velha lógica leninista de tentar dar um passo atrás e depois dois à frente.
Em 2011, outro percalço. Chegou ao poder Dilma Rousseff. Ela nunca tinha disputado uma eleição. Muito menos era graduada nas negociações políticas federais para tocar uma administração com mais de meio milhão de servidores.
Depois de um início sinalizando faxina e austeridade, Dilma sucumbiu aos de sempre. Aumentou o número de ministérios. Agora são 39, e ainda não comportam o apetite de todos os partidos governistas.
Jorge Gerdau, empresário de sucesso e colaborador voluntário do governo, disse que a "burrice" de aumentar o número de ministros está perto do limite. Pode ser mais desejo do que realidade.
A lógica eleitoral por trás da reforma ministerial em curso indica que ainda vai demorar para o Brasil sofisticar a sua gestão política.
Fonte: Folha de S. Paulo
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