Governador de Pernambuco disse que o líder do governo no Senado não merece resposta
Líder do governo no Senado considera legítimas Adins do Rio e Espírito Santo no Supremo sobre regras dos royalties
Maria Lima, Gustavo Uribe
BRASÍLIA e SÃO PAULO - Continua causando mal estar no governo a movimentação do presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, junto ao empresariado nacional. Em palestras e reuniões com integrantes do setor, Campos tem feito duras críticas à política econômica da presidente Dilma Rousseff e elogiado medidas adotadas ainda no governo Fernando Henrique Cardoso. Os governistas também não gostaram da proposta, feita por Campos na reunião de governadores, para que buscassem um acordo para repor as perdas de Rio, São Paulo e Espírito Santo pela nova lei de distribuição dos royalties. Nesta sexta-feira, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga, disse que o socialista tem de decidir se fala como governador, ou como candidato.
O líder do governo reagiu a declarações de Eduardo Campos, provável adversário de Dilma em 2014, em evento na Confederação Nacional do Comércio (CNC), no Rio de Janeiro. O governador de Pernambuco disse ser preciso unir os brasileiros para discutir como fazer a economia voltar a crescer em todos os setores. Aplaudido, Campos disse ainda aos empresários que o desafio é pensar o Brasil estrategicamente, já que 2011 foi pior que 2010, e o ano passado pior que 2011, lembrando que os Estados Unidos sofreram muito com a crise financeira iniciada em 2008 e cresceram mais do que o dobro que o Brasil no ano passado.
- Eu não sei se ele falou como governador ou como candidato, porque até pouco tempo atrás, ele como governador só tinha palavras de elogio, portanto, o que nós estamos diante é de uma situação do governador ou do candidato. Precisamos saber com quem vamos dialogar - alfinetou Eduardo Braga.
Em São Paulo, Eduardo Campos apenas declarou:
- Eu não vou responder ao Eduardo Braga. Ele não merece a minha resposta.
Sobre as ações impetradas nesta sexta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos governos do Rio e Espírito Santo, o líder do governo disse ser legítimos os recursos.
- Acho que é um direito legítimo, da democracia. Quando o Congresso toma uma decisão política e algum ente entende que teve seus direitos prejudicados, busca o seu direito - observou Eduardo Braga.
O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP) também apoiou os recursos impetrados pelos estados prejudicados com a derrubada pelo Congresso Nacional do veto parcial da presidente Dilma Rousseff à lei dos royalties do petróleo.
- Se há razões constitucionais que moveram a presidente Dilma a formular o seu veto e essas razões foram desrespeitadas, elas têm de ser levadas à apreciação pelo Supremo - disse Aloysio Nunes.
Fonte: O Globo
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