domingo, 20 de outubro de 2013

Entrevista: Mendes Thame, presidente do PSDB de São Paulo

"É complicado. Isso vai embaçar a visão do eleitor"

Pedro Venceslau

O deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame foi escolhido para ser secretário-geral do PSDB na cota do ex-ministro José Serra, mas logo se aproximou do presidente do partido, Aécio Neves. Ele foi uma dos articuladores dos 27 diretórios estaduais tucanos em torno da candidatura presidencial do senador
mineiro. Nesta entrevista, Thame reconhece que a situação dos palanques duplos é sui generis.

* Como avalia a possibilidade palanques duplos entre PSB e PSDB nos Estados?

Essa situação é sui generis. O palanque duplo está invertido agora em relação às eleições anteriores.
Quando, por exemplo, Mário Covas e Paulo Maluf apoiaram o Fernando Henrique Cardoso (a presidente), era um palanque duplo com "v" invertido. Agora estamos falando de dois candidatos à Presidência apoiando um candidato a governador com sua base dividida, É complicado. Isso ajuda embaçar a visão do eleitor.

* O PSDB nacional deve impor limites para as campanhas casadas entre PSB e PSDB?

Essa discussão é fruto de uma situação nova que foi criada, que é a possibilidade objetiva de segundo turno. Ou o PSDB ou o PSB estarão lá.

* Então o clima cordial entre Aécio e Campos deve acabar?

É previsível que haja uma certa animosidade.

* Os palanques duplos podem prejudicar o Aécio?

Isso é imprevisível. Mas isso pode afetar o resultado das eleições.

* O PSDB vai proibir o uso da imagem de seus governadores nas campanhas do PSB?

Não sei se chegaremos a esse ponto, mas não acredito que o Geraldo Alckmin subirá em dois palanques. Ele não vai em um comício do Eduardo Campos. Essa questão muda completamente a tônica eleição.

* O sr. defende essa aliança (PSDB-PSB) nos Estados?

Acho difícil negar essa reciprocidade para eles, já que o PSB apoiou o PSDB em várias cidades em 2012. Para o Geraldo, o ganho de se aliar com o PSB é tempo de TV. Você acha, por exemplo, que a Luiza Erundina faria campanha para o governador? De jeito nenhum.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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