• Foi o corte mais forte nas previsões do organismo. Para a zona do euro, projeção caiu com menos força: de 1,2% para 0,8%
- Reuters
PARIS - A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE, que representa os principais países ricos do mundo) informou nesta segunda-feira que cortou suas estimativas de crescimento para as principais economias desenvolvidas. A redução mais forte frente às previsões divulgadas em maio foi a do Brasil neste ano e no próximo: de 1,8% para 0,3% em 2014, e de 2,2% para 1,4% em 2015.
"O Brasil caiu em recessão no primeiro semestre. O investimento tem sido particularmente fraco, minado pelas incertezas sobre a direção da política após as eleições e a necessidade de que a política monetária controle a inflação acima da meta", informou a OCDE no relatório.
"Uma recuperação moderada pode ser esperada conforme esses fatores se desenrolam, mas a projeção é que o crescimento permaneça abaixo do potencial em 2015", completou.
Para a zona do euro, a OCDE estimou expansão de apenas 0,8% neste ano, subindo para 1,1% em 2015. Isso marca uma forte redução em relação ao seu Cenário Econômico de maio para a zona do euro, quando projetou crescimento de 1,2% em 2014 e de 1,7% em 2015.
Para a OCDE, "o aspecto mais preocupante é a persistência de um crescimento baixo na zona do euro" e seu distanciamento de outras grandes economias, como Estados Unidos e China.
O organismo pediu estímulo muito mais agressivo do Banco Central Europeu (BCE) para conter o risco de deflação na zona do euro, ampliando a crescente pressão sobre o banco para impulsionar o crescimento antes de uma reunião de ministros das Finanças e membros de bancos centrais do G20 nesta semana na Austrália.
Organismo reviu para cima previsão para a Índia
Para os EUA, a projeção de crescimento caiu de 2,6% para 2,1% este ano, e de 3,5% para 3,1% em 2015. A China, por sua vez, teve as projeções de avanço de 7,4% este ano e 7,3% no próximo mantidas pela OCDE. E a Índia teve a estimativa elevada para expansão de 5,7% este ano (0,8 ponto percentual acima do cálculo de maio). Para 2015, a projeção foi mantida em 5,9% em 2015.
A OCDE informou que, embora a inflação da zona do euro — que atingiu a mínima de cinco anos em agosto, de 0,4% — deve se fortalecer conforme a demanda se recupera, níveis baixos perto de zero levantam o risco de deflação.
"Dado o cenário de baixo crescimento e o risco de que a demanda pode ser mais afetada, ou mesmo se tornar negativa, a OCDE recomenda mais suporte monetário para a zona do euro", disse a organização em comunicado que acompanha suas projeções.
"Ações recentes do BCE são bem-vindas, mas mais medidas, incluindo afrouxamento monetário são justificadas", completou.
Recentemente o BCE anunciou uma série de medidas num esforço para encorajar o empréstimo a empresas que precisam de crédito, mas até agora evitou o "afrouxamento monetário" adotado pelos EUA e Japão, que consiste de enorme compra de títulos governamentais e de outros tipos para reduzir o custo de empréstimo.
Para a Itália, previsão é de recessão este ano
Para a França, a OCDE prevê crescimento de 0,4% este ano e de 1% em 2015. Em maio esperava 0,9% para 2014 e 1,5% para 2015. A Alemanha, maior economia da zona do euro, também sofreu uma correção e terá expansão de 1,5% este ano, 0,4 pontos a menos que na previsão anterior. Para 2015, a OCDE espera também 1,5%.
A revisão maior forte da zona do euro, formada por 18 países, foi da Itália, para a qual OCDE espera recessão de 0,4% este ano e crescimento inexpressivo de 0,1% em 2015.
Por último, a OCDE chama a atenção para os riscos que pesam sobre a recuperação, com a intensificação dos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, e as incertezas crescentes em torno do resultado do referendo de independência da Escócia, assimo com a vulnerabilidade de "certas economias emergentes frente à redução do programa de estímulo monetário dos Estados Unidos".
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