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CEILÂNDIA - Marina Silva, candidata à Presidência da República pela Coligação Unidos pelo Brasil, ironizou neste domingo (14) os ataques da presidente Dilma Rousseff e reafirmou a disposição de fazer uma campanha limpa. Para Marina, ao baixar o nível da disputa, a candidata do PT evita debater os problemas criados por ela mesma, em uma gestão cujo legado será a volta da inflação.
“A presidente Dilma diz que vai governar da mesma forma e isso nos preocupa, pois o tempo todo ouvimos que o país está com crescimento baixo, que a indústria está sendo reduzida a pó, que inflação está aumentando e os juros estão subindo”, disse Marina durante entrevista. “A presidente Dilma tem responsabilidade pelo governo e não pode comprometer o futuro do país para ganhar a eleição. Tem de dizer como vai resolver os problemas que ela própria criou.”
Acompanhada por seu candidato a vice, Beto Albuquerque, Marina cumpriu agenda de campanha no Distrito Federal. Pela manhã, ela realizou comício na cidade de Ceilândia, no entorno da capital federal, onde foi recebida pelo candidato ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), pelo candidato ao Senado, Antônio Regufe (PDT) e por centenas de militantes e simpatizantes de sua candidatura.
Em seu discurso, lembrou que sua candidatura foi a única até agora a apresentar um programa de governo, construído com a participação dos eleitores, uma demonstração do que é a nova política. “A nova política não é fazer para as pessoas. É fazer com as pessoas”, declarou. “Nós temos um programa e, infelizmente, nem a Dilma nem o Aécio tem. Querem ganhar a Presidência com um cheque em branco”, disse.
Em seu discurso, enfatizou que não pretende governar sozinhae que espera construir uma bancada forte no Congresso Nacional para aprovar projetos de interesse da população. “A gente não ganha eleição sozinho”, afirmou. “Vamos mostrar que a nova política começa em nós mesmos, não estamos na luta do poder pelo poder”. A candidata homenageou o Distrito Federal e a capital federal, onde viveu por muitos anos e educou seus filhos.
Conclamou os ouvintes a entrarem nas redes sociais para rebater as mentiras. “Eu quero pedir uma doação, de vinte, trinta, quarenta minutos, uma hora, duas horas de seu tempo. Entre nas redes sociais e nos ajude a esclarecer a verdade. Não queremos o embate, queremos o debate, queremos discutir o Brasil”, disse.
Prestigiados por centenas de militantes, Marina e Beto convocaram a população para uma campanha limpa e o debate respeitoso dos problemas do Brasil. “Nesse palanque não tem espaço para a corrupção, para o mensalão. Neste palanque o quem tem é a verdade”, afirmou. “Nossos adversários perderam a compostura e lançam mentiras contra Marina”, avisou, reiterando que a presidenciável manterá e aperfeiçoará programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. “Eles têm mentido, espalhado boatos. Estão desesperados”, endossou Marina.
Na conversa com jornalistas, Marina reiterou seu compromisso com a estabilidade econômica e descartou a adoção de medidas que imponham mais prejuízos à população. Questionada sobre a meta de inflação e o reajuste dos preços controlados pelo governo, Marina foi enfática: um governo seu terá compromisso com a independência do Banco Central, com uma meta de inflação de 4,5% e corrigirá os preços de modo escalonado, para não onerar o povo.
“Isso não será feito de uma vez só, sem critério, no chutômetro”, afirmou, sobre o reajuste das tarifas públicas. “Nós vamos trabalhar para que o Brasil faça o seu dever de casa sem prejuízo das políticas sociais. Nós vamos resolver os problemas com responsabilidade, fazendo os investimentos estratégicos e mantendo o respeito ao consumidor de energia, que já está com uma conta muito grande”, ressaltou, afirmando que o governo espera apenas o resultado das eleições para aumentar as tarifas.
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