• Marina grava depoimento, exibido pela primeira vez no programa do tucano
Simone Iglesias e Cristiane Jungblut - O Globo
BRASÍLIA, RIO e BELO HORIZONTE - Na reta final do segundo turno, a campanha do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, levou ontem à TV as primeiras gravações de Marina Silva (PSB), terceira colocada na disputa, e Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, pedindo votos para o tucano. Ambas haviam declarado, na primeira semana do segundo turno, que votariam e apoiariam Aécio, mas não haviam gravado vídeos pedindo votos. Aécio também fechou o apoio de Romário, eleito senador pelo PSB com 4,6 milhões de votos.
Marina decidiu aparecer no programa de Aécio anteontem, e as gravações ocorreram ontem. Marina, que teve 21% dos votos no primeiro turno, acusou a presidente Dilma, candidata do PT à reeleição, de fazer uma campanha "destrutiva", que atingiu a ela, Campos e Aécio.
- Domingo é um dia muito importante, é o dia em que a gente pode mudar de verdade o Brasil com seu voto. E por que mudar? Estamos diante da volta da inflação, que corrói o dinheiro dos trabalhadores. O dinheiro dos nossos impostos está escorrendo em casos de corrupção que envergonham o Brasil. Espalham medo, partem para os ataques pessoais, em vez de debater projetos e soluções, porque sabem que, assim, evitam expor os erros e fraquezas de seu governo. (...) Aécio acende uma luz na escuridão desta campanha eleitoral - disse Marina na TV.
Em comício em Belo Horizonte, Aécio disse que vai "libertar o Brasil como fez Tancredo Neves há 30 anos, quando libertou o país da ditadura". Tancredo foi um dos líderes do processo de redemocratização. Escolhido presidente por voto indireto no Colégio Eleitoral, morreu antes de assumir.
- São pouquíssimos dias que nos separam da libertação do Brasil. Porque, se há 30 anos atrás, o pai de minha mãe, o presidente Tancredo Neves, nos libertou da ditadura, eu vou libertar o Brasil de um um grupo que se apropriou do poder, em benefício de um pequeno grupo e em detrimento dos interesses maiores da nossa gente. Não venho para dividir, venho unir este país em torno de valores como os da ética e da honradez - disse Aécio.
Em entrevista, Aécio disse que o PT faz uma "campanha da infâmia" e que o ex-presidente Lula "apequena sua biografia" ao fazer ataques "torpes e absurdos", sem se comportar como um ex-presidente da República.
O tucano vinha evitando reagir aos ataques de Lula, mas mudou de ideia. Nos últimos dias, o ex-presidente elevou o tom, chamando Aécio de "filhinho de papai" e comparando tucanos a nazistas.
- Ele apequena sua biografia com ataques torpes e absurdos como esse (de comparar o PSDB aos nazistas). Lula não está disputando a eleição, ignoro. Lamento apenas que um ex-presidente da República se permita cumprir um papel tão inexpressivo como esse que ele vem cumprindo. É triste para sua própria biografia. Só quem perde com isso é ele - disse Aécio.
No comício, o cantor sertanejo César Menotti cantou o jingle da campanha, enquanto o clipe passava no telão. A legislação proíbe a realização de showmícios, com a apresentação de cantores. Aécio pediu que, sábado, a população use as cores da bandeira, verde, amarelo e azul, em busca de votos. (*Enviada especial)
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