• Tucano disse que petista faz ataques ‘torpes e absurdos’
Cristiane Jungblut – O Globo
BELO HORIZONTE - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse que o PT faz uma "campanha da infâmia" e que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "apequena sua biografia" ao fazer ataques pessoais e ao PSDB. Aécio disse que Lula faz ataques "torpes e absurdos" e que não se comporta como um ex-presidente da República. O tucano mudou a estratégia, que era não responder ao petista. Nos últimos dias, Lula elevou o tom; chegou a comparar o PSDB aos nazista. Em comício no sábado, Lula foi para os ataques pessoais, chamando Aécio de "filhinho de papai". Aécio afirmou que os brasileiros "não merecem ser governados pelo PT".
Aécio disse que está sendo vítima de uma campanha do "medo" feita pelo PT, acusando a campanha da presidente Dilma Rousseff de distribuir panfletos apócrifos afirmando que ele acabará com os programas sociais, como o Bolsa Família, e que vai privatizar os bancos públicos.
Perguntado sobre Lula, Aécio primeiro disse que iria "ignorar" os comentários do ex-presidente. Mas mudou de ideia.
— Ele apequena sua biografia com ataques torpes e absurdos como esse (de comparar o PSDB aos nazistas). Lula não está disputando a eleição, ignoro. Lamento apenas que um ex-presidente da República se permita cumprir um papel tão inexpressivo como esse que ele vem cumprindo no final dessa campanha eleitoral. É triste para sua própria biografia. Só quem perde com isso é ele — disse Aécio.
O tucano disse que os eleitores responderão a todos os ataques. Essa resposta foi dada quando perguntado sobre as insinuações de Lula e da própria presidente Dilma de que ele tem sido agressivo com as mulheres:
— Não vou responder. Deixe que as pessoas respondam nas urnas a todas essas infâmias. A minha campanha é a da verdade, da responsabilidade.
Enfático, Aécio disse que a campanha de Dilma ficará marcada como a campanha "da infâmia e do medo".
— Essa campanha vai ficar marcada na história do Brasil como a campanha da infâmia por parte dos nossos adversários. Mas para eles não há limites, não há limites para se manterem no poder. A campanha da minha adversária é a campanha da mentira. A campanha adversária tem na mentira o seu instrumento mais vigoroso de ataque político.
Mas não receio o PT. A minha candidatura vai vencer a mentira, vai vencer o PT. Os brasileiros não merecem ser governado pelo medo — disse Aécio, acrescentando:
— O medo daqueles que anunciam o fim dos programas sociais se perderem as eleições e que colocam em dúvida afirmações tão claras como estamos fazendo em relação a empresas públicas. Vou até o final desta campanha falando a verdade.
Segundo ele, há a distribuição de material apócrifo.
— Acredito que a verdade vai vencer a mentira, as propostas vão vencer os ataques. Vai vencer o Brasil velho, o Brasil antigo, que é representado por esse governo. Quem não tem o que falar sobre o futuro é porque, realmente, perdeu as condições de governar o Brasil. Hoje mesmo são boletins, jornais apócrifos, anônimos sendo distribuídos em todo o Brasil, exatamente dando a ideia de que poderíamos exatamente de que poderíamos estar indo na direção da diminuição ou do fim dos programas sociais ou da privatização dos bancos públicos. Os nossos adversários sabem que isso não vai acontecer — disse Aécio, acrescentando que seu dever é tranquilizar os beneficiários do Bolsa Família e os servidores dos bancos públicos, que estão "aparelhados por partidos políticos".
'Que investigue', diz Aécio sobre Aeroporto
Em relação aos aposentados, Aécio repetiu que vai acabar com o fator previdenciário. Também rebateu as acusações da presidente Dilma sobre a valorização do salário mínimo, afirmando que vai manter o atual mecanismo até 2019.
— Hoje quero reiterar alguns compromissos: o primeiro deles é o compromisso de garantir os programas sociais em andamento, em especial o Bolsa Família, e o compromisso com os bancos públicos, com o seu fortalecimento e profissionalização, valorização dos seus funcionários.
— Já não sou candidato de um partido, de uma coligação, mas de um amplo sentimento de mudança, que já venceu no primeiro turno e acredito que vencerá no segundo turno.
Aécio disse que o Ministério Público Federal em Minas pode investigar as obras do aeroporto de Claudio, que foi construído em terra desapropriada que pertencia à família do candidato. A Procuradoria Geral da República arquivou a denúncia criminal sobre o caso, mas o MP em Minas investiga se houve improbidade administrativa.
— Tem que investigar. Que investigue — disse apenas.
Mais tarde, à imprensa local, ele disse que, se vencer, terá uma relação "republicana" com o governador eleito Fernando Pimentel (PT). Ainda prometeu democratizar a mídia, fortalecendo os veículos regionais, e novas regras para times de futebol.
Democratização da mídia
Aécio defendeu a democratização da mídia e disse que, se eleito, vai fortalecer esse princípio e ainda as mídias regionais. A questão da liberdade de imprensa se tornou foco de debate e polêmica na campanha, porque o PT da presidente Dilma Rousseff defende a regulamentação da mídia no país.
— A regionalização da mídia é muito importante. A democratização da mídia é algo muito importante. E eu quero poder, se presidente for, fortalecer a mídia do interior. Tenho o compromisso de democratização da mídia para que os veículos do interior possam crescer — disse Aécio.
O tucano, depois da coletiva, se reuniu apenas com órgãos regionais. Ele disse que sempre procura fazer esses encontros, como em São Paulo e no Nordeste e que não poderia deixR de fazê-lo justamente em Minas Gerais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário