• Conselho do Ministério Público decide manter força-tarefa até setembro de 2017; operação começou em 2014
Vinicius Sassine - O Globo
-BRASÍLIA- A Operação Lava-Jato está longe do fim, mesmo depois de 33 fases, 70 acordos de delação premiada, 170 prisões, 48 inquéritos sobre políticos com foro privilegiado, livros escritos e uma série policial prevista para estrear em 2017. Este universo, marcado por delatores, operações policiais espetaculares e investigadores incensados pela opinião pública, com o juiz Sérgio Moro à frente, prossegue pelo menos até 8 de setembro de 2017.
Em reunião ontem, o Conselho Superior do Ministério Público Federal aprovou a prorrogação por mais um ano da força-tarefa montada em Curitiba. A esticada da mais longeva operação de combate à corrupção no Brasil começa a contar a partir de amanhã. O conselho, órgão máximo de deliberação do MPF, é presidido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Ainda são esperadas as delações de executivos das empreiteiras Odebrecht e OAS, parte das sentenças de Sérgio Moro e as ações penais contra políticos com foro privilegiado.
A Lava-Jato começou em março de 2014, com a investigação de doleiros que operavam no mercado paralelo de câmbio. Uma rede de postos de gasolina, com serviço de lava-jato, foi usada para movimentar recursos ilícitos. Já no início da operação, o universo das delações premiadas pautou as investigações. O esquema de corrupção montado na Petrobras não demorou a aparecer, com desvios de contratos superfaturados e irrigação de partidos políticos.
Trinta e três fases e dois anos e meio depois, a Lava-Jato investiga da ex-presidente Dilma aos caciques do PMDB. Dilma é suspeita de obstrução à Justiça. Os peemedebistas são acusados de receber propina de desvios de contratos de estatais. O presidente Michel Temer foi citado em delações premiadas e apontado como beneficiário de doações ilegais de campanha.
Ao fim do novo prazo dado aos procuradores da República em Curitiba, terão transcorridos três anos e meio de operação. Não há qualquer precedente na História do combate à corrupção no país.
Além da prorrogação do funcionamento da força-tarefa, o conselho autorizou também estender os trabalhos, por três meses, do grupo do MPF no Rio. Este grupo investiga os desdobramentos da Lava-Jato no setor elétrico, mais especificamente na Eletrobras, e contará com mais dois procuradores da República. Em Brasília, um grupo de trabalho da Procuradoria-Geral da República cuida dos inquéritos sobre autoridades com foro privilegiado. Além dos políticos, são investigados suspeitos cujos atos estão conectados aos de autoridades políticas.
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