“A primeira questão do momento político é o fracasso do projeto de governo dos ex-presidentes Lula e Dilma Roussef. O seu objetivo era hegemonizar a sociedade a partir da sua divisão em dois lados. Mas iria esbarrar com uma sociedade altamente diferenciada, com parte da classe política e instituições.
Os protestos de junho de 2013 mostraram a grande distância que havia entre o Estado e o conjunto da sociedade, expondo a olho nu a profunda crise do Congresso, dos partidos, das esquerdas e do governo Dilma. As manifestações de mais de quatro milhões de pessoas deste ano ampliaram a diversidade dos que saíam às ruas reiterando que aquela estratégia dos governos petistas de simplificação da sociedade não tinha como seguir adiante. As ações e mobilizações do campo alinhado com o governo em incontáveis frentes cada vez mais foram se voltando para dentro de uma lógica de sua reprodução.”
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Raimundo Santos, professor da UFRRJ e autor do ensaio “Reformismo e camponeses no pensamento de Celso Furtado, Revista Estudos sociedade e agricultura vol. 24, n. 1, abril de 2016, ‘Questões atuais’, Rural Semanal, Seropédica, 05/09/2016.
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