O Globo
Mundo digital exige novas regras, novos
acordos e também um novo padrão de remuneração
O Projeto de Lei que prevê a remuneração de
conteúdo jornalístico e artístico na internet, em tramitação na Câmara dos
Deputados, tem gerado muita discussão, mal-entendido, desinformação
e um debate equivocadamente direcionado. Em jogo, a atualização, adaptação e
modernização da lei às mudanças promovidas no ambiente digital. É um mundo
novo, que exige novas regras, novos acordos e também um novo padrão de
remuneração. O que vale para criadores de conteúdo jornalístico vale também
para profissionais do setor artístico da música e do audiovisual.
Desde que a ida do projeto à votação na Câmara dos Deputados foi adiada — já que a última versão do texto não refletia o entendimento construído ao longo de três meses de negociação entre criadores e empresas nacionais de radiodifusão —, foram publicadas reportagens que descreveram o processo como um impasse. Outras chegaram a classificar as divergências como troca de acusações. Algumas se apressaram em concluir como inconstitucionais algumas ideias postas na mesa. É como se não nos restassem saídas razoáveis — por aqui é pau ou pedra ou o fim do caminho.