Clarissa Oliveira
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Ex-presidente diz, em encontro tucano, que partido deve escolher em seis meses o seu candidato à sucessão
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu ontem a largada nos preparativos do PSDB para a eleição de 2010 e deixou claro o discurso que espera do candidato que for escolhido para tentar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Avisando que quer a definição de um nome dentro de aproximadamente seis meses, ele disse que é preciso apontar rapidamente “a voz” capaz de expor os ideais que levarão a sigla de volta ao comando do País.
“Não precisamos ser agressivos pessoalmente com ninguém. Mas nem por isso vamos dizer: ‘tudo o que seu mestre fala está certo’. Não está. Temos que dizer: ‘o rei está nu, aqui, ali, acolá. Põe a roupa, presidente’”, afirmou FHC, arrancando aplausos de uma platéia de prefeitos e vereadores tucanos eleitos em outubro, organizado pelo PSDB paulista.
“Não diga bobagem, presidente. Seja mais coerente com sua história. Não seja tão rápido no julgamento do que os outros fizeram. Perceba que uma nação se faz numa seqüência de gerações. Não seja tão pretensioso. Seja um pouquinho mais humilde”, prosseguiu. Após a abertura do evento, em entrevista, FHC minimizou as críticas. “Eu disse que todos temos que ser humildes. Ele, como ser humano, é bom que seja”.
Além de cobrar um discurso incisivo contra o governo e o presidente, o tucano disse querer que o partido escolha seu candidato, no máximo, até o início do segundo semestre do ano que vem. Se em seis meses a sigla não chegar a um entendimento, ele acredita que os cotados - até agora os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais - devem disputar em convenção. “Não temos medo. Se tiver divisão, faça convenção. Escolha. Mas temos de ter o candidato.”
FHC, que contou ter jantado na noite anterior com Serra, não economizou nos elogios ao governador paulista. Mas não falou sobre quem prefere para o posto: “Os dois são bons. Mas eu sou presidente de honra do partido. Não posso, antes da hora, antes de conversar com os dois, antecipar”.
O próprio Serra também participou do evento, realizado para subsidiar prefeitos e vereadores com uma linha de ação para o novo mandato. O governador falou na cerimônia de encerramento, quando FHC já havia deixado o local. Líderes tucanos também se dividiram entre a manhã e o fim da tarde, entre eles o vice-governador Alberto Goldman, o secretário da Casa Civil no Estado, Aloysio Nunes Ferreira, o presidente municipal da sigla, deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), e o presidente nacional, senador Sérgio Guerra (PE). Este último evitou endossar a tese de que a escolha do candidato poderá ser decidida em disputa preliminar. “Não creio que essa questão vá ser levada à convenção ou prévias do partido. Se cultivarmos a união, é possível que isso esteja resolvido até o ano que vem.”
Em meio à sucessão de críticas ao presidente Lula e ao seu governo, FHC disse que a atual administração traiu o eleitorado brasileiro. “O governo atual disse uma coisa para o País e fez outra”, afirmou. “Não podemos aceitar essa história de que todos os gatos são pardos. Nós não somos gatos pardos. Somos outra coisa. Somos tucanos.”
Ele também não poupou o PT. Disse que as últimas eleições serviram de prova de que a sigla de Lula, derrotada em grandes centros, está sendo empurrada para os grotões. Agora, completou, a legenda ainda se mantém como reflexo da Presidência da República. Mas, na prática, deixou de ter uma presença ativa junto à sociedade.
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Ex-presidente diz, em encontro tucano, que partido deve escolher em seis meses o seu candidato à sucessão
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu ontem a largada nos preparativos do PSDB para a eleição de 2010 e deixou claro o discurso que espera do candidato que for escolhido para tentar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Avisando que quer a definição de um nome dentro de aproximadamente seis meses, ele disse que é preciso apontar rapidamente “a voz” capaz de expor os ideais que levarão a sigla de volta ao comando do País.
“Não precisamos ser agressivos pessoalmente com ninguém. Mas nem por isso vamos dizer: ‘tudo o que seu mestre fala está certo’. Não está. Temos que dizer: ‘o rei está nu, aqui, ali, acolá. Põe a roupa, presidente’”, afirmou FHC, arrancando aplausos de uma platéia de prefeitos e vereadores tucanos eleitos em outubro, organizado pelo PSDB paulista.
“Não diga bobagem, presidente. Seja mais coerente com sua história. Não seja tão rápido no julgamento do que os outros fizeram. Perceba que uma nação se faz numa seqüência de gerações. Não seja tão pretensioso. Seja um pouquinho mais humilde”, prosseguiu. Após a abertura do evento, em entrevista, FHC minimizou as críticas. “Eu disse que todos temos que ser humildes. Ele, como ser humano, é bom que seja”.
Além de cobrar um discurso incisivo contra o governo e o presidente, o tucano disse querer que o partido escolha seu candidato, no máximo, até o início do segundo semestre do ano que vem. Se em seis meses a sigla não chegar a um entendimento, ele acredita que os cotados - até agora os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais - devem disputar em convenção. “Não temos medo. Se tiver divisão, faça convenção. Escolha. Mas temos de ter o candidato.”
FHC, que contou ter jantado na noite anterior com Serra, não economizou nos elogios ao governador paulista. Mas não falou sobre quem prefere para o posto: “Os dois são bons. Mas eu sou presidente de honra do partido. Não posso, antes da hora, antes de conversar com os dois, antecipar”.
O próprio Serra também participou do evento, realizado para subsidiar prefeitos e vereadores com uma linha de ação para o novo mandato. O governador falou na cerimônia de encerramento, quando FHC já havia deixado o local. Líderes tucanos também se dividiram entre a manhã e o fim da tarde, entre eles o vice-governador Alberto Goldman, o secretário da Casa Civil no Estado, Aloysio Nunes Ferreira, o presidente municipal da sigla, deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), e o presidente nacional, senador Sérgio Guerra (PE). Este último evitou endossar a tese de que a escolha do candidato poderá ser decidida em disputa preliminar. “Não creio que essa questão vá ser levada à convenção ou prévias do partido. Se cultivarmos a união, é possível que isso esteja resolvido até o ano que vem.”
Em meio à sucessão de críticas ao presidente Lula e ao seu governo, FHC disse que a atual administração traiu o eleitorado brasileiro. “O governo atual disse uma coisa para o País e fez outra”, afirmou. “Não podemos aceitar essa história de que todos os gatos são pardos. Nós não somos gatos pardos. Somos outra coisa. Somos tucanos.”
Ele também não poupou o PT. Disse que as últimas eleições serviram de prova de que a sigla de Lula, derrotada em grandes centros, está sendo empurrada para os grotões. Agora, completou, a legenda ainda se mantém como reflexo da Presidência da República. Mas, na prática, deixou de ter uma presença ativa junto à sociedade.
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